O senador Otto Alencar (PSD), cotado como candidato ao governo da Bahia pelo grupo governista, é um político com maior musculatura e penetração no interior da Bahia do que o ex-prefeito ACM Neto (UB). Além do vice-governador João Leão (PP), que é potencialmente o nome mais forte para fazer um enfrentamento digno ao projeto de Neto chegar ao governo da Bahia. Caso se construa a unidade ao redor de um deles, Otto ou Leão teriam o apoio da esquerda clássica e conseguiria transitar pela centro-direita, algo que nenhum político conseguiria. Ambos possuem uma história que permite “roubar” votos de ACM Neto, algo que não necessariamente aconteceria no sentido inverso. Esse é um dos argumentos que os aliados da base de Rui Costa (PT) vão usar para mantê-los competitivos.
Segundo o portal Bahia Notícias, o ex-prefeito de Salvador não pode usar salto alto para fingir que não haverá mais disputa na Bahia. O favoritismo nesse caso pode atrapalhar mais do que ajudar, diz a publicação – e olha que antes da desistência de Wagner havia apostas de que a chapa “Lula – Neto” seria uma possibilidade para ele não ser derrotado antes de participar do pleito. A mudança na chapa adversária muda um pouco a estratégia, porém isso não quer dizer que ACM Neto vá atacar o ex-presidente como se ele fosse desprezível. O resultado do imbróglio do lado petista vai gerar um recálculo de rota não apenas para Rui e companhia. Até porque depender exclusivamente de pesquisas nunca foi lá muito forte para prever o resultado das urnas na Bahia. Podemos lembrar 2006 com a chapa Wagner/Otto ou em 2014 com Rui/Leão. Todas as pesquisas erraram.