Segundo reportagem do jornal Estado de São Paulo publicado neste fim de semana, as posses dos Vieira Lima somam 12 fazendas, que chegam juntas a 9 mil hectares e estão avaliadas em cerca de R$ 67 milhões. Nelas, os donos plantam cacau e são donos de 12,7 mil cabeças de gado.
Apesar da prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima e indiciamento do irmão ex-deputado federal Lúcio Vieira Lima e da mãe dos dois, Marluce, a família tem seu patrimônio intocado no território baiano.
Além disso, segundo o jornal, os Vieira Lima possuem outros investimentos espalhados pela Bahia, como postos de gasolina e um renomado restaurante de frutos do mar em Salvador, frequentado pela elite da capital baiana.
Na eleição de 2018, por exemplo, quando tentou sem sucesso se reeleger deputado, Lúcio declarou patrimônio de R$ 9,2 milhões em bens. Sua campanha custou R$ 2,45 milhões, dos quais R$ 760,1 mil saíram do bolso do ex-deputado.
Julgamento no STF
Na última terça-feira (1º), o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, votou pela condenação de Geddel e Lúcio, acusados de lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Segundo Fachin, o armazenamento de R$ 51 milhões em um apartamento de Salvador, responsável pela prisão de Geddel, em 2017, “constitui, por si só, um crime de lavagem”.
“Também considero os dois culpados em outros oito atos de lavagem, dentro de investimentos do mercado imobiliário e desvios da Caixa Econômica”, acrescentou o ministro.
Ele ainda sustentou que os dois se uniram à genitora para a lavagem de dinheiro.
“Tais elementos de prova evidenciam que, nos episódios indicados na denúncia, a relação dos denunciados extrapola os vínculos familiares e negociais ordinários, visando, de forma inequívoca, estável e duradoura a prática de delitos de lavagem de capitais, somente interrompidos em virtude de eficaz ação estatal”, afirmou.