A confiança da indústria caiu em 24 dos 29 setores industriais em janeiro, em todas as regiões do Brasil e em todos os portes de empresa. Segundo o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) Setorial, divulgado nesta quarta-feira (29) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o número de setores sem confiança atingiu o maior patamar desde junho de 2020.
“Quando a falta de confiança é disseminada, a indústria fica mais cautelosa como um todo. Na indústria, existe muito encadeamento entre os setores. Por isso, a falta de confiança em um setor afeta a confiança e, assim, as decisões de outro. Numa situação de falta de confiança ampla, não existem setores que se destacam e que, eventualmente, poderiam sustentar não só a própria atividade, mas de outros setores de sua cadeia produtiva”, avalia Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI.
Com o movimento, sete setores da indústria migraram da confiança para a falta de confiança. Somente um setor fez a transição contrária, ficando confiante, o de produtos diversos. Entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025, o número de setores com falta de confiança cresceu de 17 para 23 e o número de setores confiantes caiu de 11 para 5.
Segundo o levantamento, o Icei caiu em todos os portes de empresa, principalmente nas pequenas empresas (-2,8 pontos), seguidas das médias (-1,6 ponto) e das grandes (-1,4 ponto).
“Com a queda, as grandes empresas industriais deixaram de registrar confiança e agora demonstram neutralidade. Já as pequenas e médias empresas registraram aprofundamento da falta de confiança”, destaca a CNI.
O movimento de queda da confiança também foi disseminado por todas as regiões do Brasil. A maior queda ocorreu entre as indústrias do Norte (-3,3 pontos), seguidas do Centro-Oeste (-2,9 pontos), Sul (-2,1 pontos), Sudeste (-1,7 ponto) e Nordeste (-0,5 ponto).
O Icei das regiões Norte e Centro-Oeste caiu para abaixo da linha divisória dos 50 pontos, marcando uma transição de confiança para falta de confiança entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025. Assim, neste mês, com exceção das indústrias da região Nordeste, todas as demais regiões registraram falta de confiança.
A pesquisa foi feita entre 7 e 17 de janeiro, com 1.812 empresas, sendo 722 de pequeno porte, 661 de médio porte e 429 de grande porte.