O dólar disparou na última terça-feira (17) e a moeda chegou a ser negociada por R$ 6,20 enquanto um perfil na rede social X (antigo Twitter) divulgava declarações falsas atribuídas a Gabriel Galípolo, futuro presidente do Banco Central, sobre o comportamento recente das cotações.
Com 3,5 mil seguidores, a conta conseguiu ampla repercussão ao ser replicada por influenciadores e analistas financeiros, aumentando a incerteza no mercado.
Fake news
Falas falsas atribuídas a Galípolo movimentaram o mercado financeiro na tarde de terça-feira (17). Em uma das falas falsas, Galípolo teria se referido ao dólar como “moeda estadunidense” e projetado sua cotação em R$ 5, provocando agitação entre investidores e analistas econômicos. Em outra fala falsa, o executivo teria dito que “a moeda dos Brics nos salvaguardaria da extrema influência que o dólar exerce no nosso mercado”.
O dólar registrou oscilações expressivas ao longo do dia. Após atingir R$ 6,20 na manhã, a moeda chegou a R$ 6,40 no mercado de turismo, recuando à tarde para R$ 6,08 com intervenções do Banco Central, que injetou US$ 3,3 bilhões em dois leilões. A expectativa de votação do pacote fiscal também contribuiu para acalmar o mercado.
Postagem falsa teve ampla repercussão nas redes sociais. Publicada por um perfil no X, a informação foi amplificada por páginas de análise econômica e uma conta com mais de 100 mil seguidores, o que ajudou a disseminar o conteúdo enganoso. O perfil apontado como origem da notícia falsa foi apagado. O Banco Central, até o momento, não se pronunciou sobre o ocorrido.
Gabriel Galípolo assume o Banco Central em janeiro. Indicado para substituir Roberto Campos Neto, que finaliza um mandato de quatro anos, o economista terá o desafio de lidar com um mercado sensível a boatos e especulações.