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quinta-feira 2 de julho de 2020 às 06:36h

‘Fake news destruiu minha carreira’, diz o agora ex-ministro, Carlos Decotelli

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Carlos Alberto Decotelli, agora ex-ministro da Educação sem sequer ter tomado passe, rebateu as acusação da Fundação Getulio Vargas (FGV), que alegou que Decotelli nunca foi professor na instituição, configurando uma mentira em seu currículo. A instituição diz que ele atuou “apenas nos cursos de educação continuada, nos programas de formação de executivos e não como professor”.

“O fake da FGV destruiu a minha carreira no MEC”, afirmou Decotelli, em entrevista à Revista Época. O agora ex-ministro disse que está se “reorganizando emocionalmente” nesta última quarta-feira (01), um dia depois de se desligar do cargo de Ministro de Educação no governo de Jair Bolsonaro (sem partido).

Ministro rebateu alegações da instituição ao mostrar fotos de prêmios – Foto: Reprodução

Para provar seus argumentos, Decotelli enviou ao veículo fotos de prêmios concedidos pela FGV em reconhecimento a sua atuação como docente na instituição.

“Tão bonito quanto realizar seus próprios sonhos é ajudar os outros a realizarem os seus. Por sua contribuição nessa caminhada, muito obrigado”, são os dizeres que constam numa placa de homenagem da turma de Gestão Financeira em 2016.

Em fevereiro de 2020, em campanha de divulgação de um fórum de Educação Executiva, a FGV apresentou Decotelli como “coordenador do MBA em Bancos e Instituições Financeiras da FGV, professor Carlos Alberto Decotelli da Silva.

De acordo com a Época, em seu currículo interno na instituição, Decotelli acumula atuação de docência em 25 turmas diferentes, de cinco disciplinas: Análise de investimento e riscos; Análise de viabilidade de projetos; Economia empresarial; Finanças internacionais; e Matemática financeira. Em toda as turmas, foi avaliado com nota 10.

Relembre polêmicas sobre Decotelli

O novo ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli, pediu demissão do cargo após 5 dias do anúncio feito pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de sua escolha para comandar o MEC (Ministério da Educação), feita na quinta-feira (25) da semana passada.

O motivo de sua saída, oficializada nesta terça-feira (30), foi o desgaste sofrido por conta dos erros e inconsistências presentes em seu currículo. Decotelli – que havia sido nomeado, mas não empossado – entregou uma carta de demissão a Bolsonaro. O próprio presidente teria convencido o agora ex-ministro a deixar o cargo.

Bacharel em Ciências Econômicas pela UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) e ex-presidente do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), Decotelli foi o nome escolhido para suceder Abraham Weintraub, que pediu demissão da pasta após 14 meses no cargo ao ser indicado para um posto de diretor representante do Brasil no Banco Mundial.

A escolha de Decotelli foi apadrinhada pelo almirante Flávio Rocha, assessor do presidente no Palácio do Planalto, e foi chancelada pela ala militar. No entanto, as falhas presentes em seu currículo acabaram por descredenciar a escolha, apontada como técnica e não ideológica.

O primeiro apontamento veio do reitor da Universidade Nacional de Rosario, na Argentina, onde Decotelli afirmou ter realizado o doutorado. O diretor Franco Bartolacci revelou que ele foi reprovado na defesa da tese e não obteve o título de doutor. Há ainda sinais de plágio na sua dissertação de mestrado.

O título de pós-doutorado também foi contestado. De acordo com a professora da Universidade de Wuppertal, na Alemanha, Brigitte Wolf, Decotelli não obteve apoio de uma empresa alemã para fazer a pesquisa de pós-doutorado. Por isso, teria voltado para o Brasil para continuar a pesquisa aqui.

Em nota divulgada na noite de segunda-feira (29), a Fundação Getúlio Vargas (FGV) negou que o economista tenha sido professor ou pesquisador da instituição. Ele teria atuado nos cursos de educação continuada, nos programas de formação de executivos e não como professor de qualquer das escolas da Fundação.

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