O presidente do Esporte Clube Vitória, Fábio Mota, revelou detalhes sobre o processo de transformação do clube em uma Sociedade Anônima de Futebol (SAF). Em entrevista, ele destacou que o procedimento já foi iniciado e que o modelo a ser adotado está em fase de elaboração. Segundo o mandatário do Rubro-Negro o objetivo é finalizar essa estrutura até dezembro de 2024.
“O processo de SAF do Vitória já foi deflagrado do momento em que a gente organizou. Nós estamos montando o modelo de SAF, que é prerrogativa do conselho diretor. Esse modelo será encaminhado para o conselho deliberativo e, consequentemente, para uma AGE (Assembleia Geral Extraordinária). Nossa ideia é que até dezembro esse modelo já esteja pronto. Estamos em conversa com pessoas que entendem de SAF no Brasil, como André Cica, que fez a maioria das SAFs no país”, explicou.
Fábio Mota ressaltou que o clube está focado em criar um modelo jurídico e econômico sólido, para garantir que a SAF traga benefícios reais à instituição. Ele também alertou sobre os riscos de uma implementação malfeita, citando exemplos de outros clubes, como o Cruzeiro.
“Não adianta você ficar fazendo barulho sem a coisa acontecer. Depois da conclusão do modelo, vamos analisar as propostas de SAF para o Vitória. No momento certo, vamos chamar a AGE para discutir, como sempre fizemos desde que assumi o clube. A SAF veio para ficar. As equipes que não caminharem para a SAF vão ter muitas dificuldades, mas não pode ser de qualquer jeito, para não piorar a situação. Cruzeiro escolheu mal e já foi vendido novamente. O Vitória hoje é uma instituição sólida, que precisa de investimento, mas de forma responsável”, afirmou.
Propostas já existem, mas a prioridade é a estruturação
Questionado sobre a existência de propostas para a SAF, o presidente confirmou que o Vitória já recebe interesse de investidores desde a sua passagem pela Série C, mas enfatizou que a prioridade é estruturar o modelo antes de qualquer negociação.
“Proposta de SAF para o Vitória a gente tem desde a Série C. Desde quando assumi o clube na Série C, tem proposta, mas a gente precisa primeiro estruturar o modelo, mandar para o conselho, aprovar no conselho e na AGE, para aí sentarmos com os investidores”, disse.
Modelo majoritário e inspiração internacional
O presidente também declarou que a ideia é manter o controle majoritário do clube, como ocorre em países como Alemanha e Holanda, onde as ligas seguem padrões mais rígidos de governança.
“Sim, a ideia é manter o controle majoritário, como é na Alemanha, como é na Holanda, como é nas SAFs sérias e nas ligas sérias”, finalizou Fábio Mota.