O Comando de Operações Terrestres conduziu, na última semana de outubro, um workshop internacional sobre o emprego de veículos aéreos não tripulados e inteligência, vigilância e reconhecimento aéreo, o UAS & AIRBONE ISR Workshop. Realizado em parceria com a Organização das Nações Unidas, nas instalações do Comando de Aviação do Exército, o evento reuniu participantes das Forças Armadas Brasileiras, além de representantes da ONU e especialistas de países como a Suíça, Espanha e Estados Unidos.
Palestras e painéis de discussão foram conduzidos por profissionais renomados, que trataram de temas como inovações tecnológicas, aplicações táticas e operacionais, análise de imagens e o emprego de sistemas de aeronaves remotamente pilotadas (SARP) em missões de combate, suporte e em operações de paz.
O UAS & AIRBONE ISR Workshop também se destacou como uma plataforma para a colaboração internacional. Os participantes puderam estabelecer contatos e parcerias, fundamentais para o fortalecimento das capacidades de defesa e segurança das nações, em consonância com os objetivos da ONU. Para a Marinha, o Exército e a Força Aérea Brasileira, o evento representou um avanço significativo quanto à integração entre as forças e quanto à evolução dos sistemas de aeronaves não tripuladas como parte da Defesa Nacional.
O Chefe de Missões de Paz, Aviação e Inspetor Geral das Polícias Militares, General de Brigada Rabêlo, comentou sobre a importância do workshop para a ONU e para o Brasil. “Ao mesmo tempo que aumenta a consciência situacional de um comandante em operação de paz, o SARP demanda a coordenação entre todos os que utilizam o espaço aéreo e entre as agências que atuam na missão. Uma vez obtidos os dados, eles precisam ser gerenciados para produzir informação e precisam ser protegidos para que não caiam em mãos erradas. Todos esses aspectos foram discutidos para tornar ainda mais efetivo o uso destas aeronaves em missões de paz”.
Além de reforçar o compromisso do Brasil com o sucesso das operações de paz da ONU e com a inovação tecnológica nas Forças Armadas, o Workshop posiciona o país como um parceiro importante no cenário global de defesa e segurança.
A Aviação do Exército e o SARP
Os Sistemas de Aeronaves Remotamente Pilotadas (SARP), conhecidos popularmente como drones, são uma realidade nas guerras e conflitos atuais. Por isso, o Exército, com grande participação da Aviação do Exército, tem investido nessa tecnologia, treinando os seus operadores e empregando os SARPs Categoria 0, 1 e 2 (classificação de acordo com o perfil de emprego).
O SARP CAT 2 NAURU 1000 é o maior dos sistemas utilizados pelo Exército hoje. Ele tem quase oito metros de envergadura, três metros de comprimento e pode alcançar uma velocidade de até 100 km/h. Cada aeronave do sistema tem autonomia para operar por até oito horas, de dia ou de noite, garantindo sua operação de forma contínua, se necessário. O equipamento já passou pela avaliação técnica e agora está sendo testado para a operação em atividades militares, devendo ser incorporado a uma Esquadrilha do 1º Batalhão de Aviação do Exército.