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domingo 6 de agosto de 2023 às 17:04h

Ex-premiê do Paquistão é preso por vender presentes que recebeu como chefe de Estado

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O ex-premiê do Paquistão e principal nome da oposição no país, Imran Khan, foi preso neste sábado após ter sido condenado por não ter declarado adequadamente e vendido presentes que recebeu enquanto era chefe de Estado.

Khan foi levado sob custódia em Lahore, onde vive após deixar o governo, pouco depois de um tribunal considerá-lo culpado de ocultar presentes recebidos durante seu mandato, que durou de 2018 até sua destituição em uma moção de confiança em abril de 2022.

Os supostos presentes que teriam sido ocultados pelo ex-primeiro-ministro são avaliados em cerca de US$ 500 mil (R$ 2,43 milhões).

Em sua conta no X, antigo Twitter, Khan postou uma mensagem e um vídeo que já havia sido gravado antes da condenação. No texto, ele alega que sua prisão faz parte de um “plano de Londres” arquitetado pelo governo militar para bani-lo da política.

“Minha prisão era esperada”, escreveu ele. “Quero que os trabalhadores do meu partido permaneçam pacíficos, firmes e fortes. Não nos curvamos diante de ninguém além de Alá.”

O veredicto representa outra grande reviravolta em uma crise política que se alastra desde que Khan foi deposto e começou a exigir eleições antecipadas. O ex-premiê já havia sido preso em maio, o que provocou distúrbios violentos no país e uma repressão a seu partido.

A condenação, se for mantida, significa que Khan não poderá disputar as próximas eleições gerais, marcadas para novembro. Espera-se que o ex-premiê, ainda muito popular, seja mantido na prisão de Adyala Rawalpindi.

O destino da eleição também permanece incerto, já que o Conselho de Interesse Comum (CCI) do Paquistão se reuniu em Islamabad no sábado para decidir se aprova o último censo do país – uma medida que deve alterar o calendário eleitoral.

Uma fonte familiarizada com as discussões disse que o CCI aprovou o censo, uma notícia também divulgada por alguns veículos de imprensa do país. No entanto, nenhum anúncio oficial foi feito pela entidade.

Um porta-voz do partido de Khan afirmou que a condenação do ex-premiê é política e anunciou que a decisão será contestada na Suprema Corte. O tribunal superior foi o responsável por conceder a fiança ao político em maio, após a prisão por outro caso envolvendo suspeitas de corrupção. O ex-astro do críquete nega todas as irregularidades.

Não houve sinal de protesto de simpatizantes de Khan. No entanto, a política reforçou a segurança em Islamabad. Houve também relatos de autoridades da província vizinha de Punjab planejando prender trabalhadores do partido opositor para impedir eventuais manifestações.

O caso em que Khan foi condenado foi arquivado pela Comissão Eleitoral do Paquistão, que o acusou de esconder deliberadamente detalhes dos presentes ocultados do Toshakhana – um repositório dos itens recebidos de autoridades estrangeiras.

Embora a política paquistanesa seja considerada imprevisível, a reação inicial de analistas é que de Khan foi praticamente excluído do cenário político.

Sabookh Syed, analista político baseado em Islamabad, disse que a condenação significa que Khan não só está impedido de disputar a eleição, mas também será removido da presidência de seu partido, o PTI.

“As lideranças remanescentes do PTI não têm nenhum problema com o establishment militar e, portanto, a resistência do partido vai acabar”, disse ele.

Mas tirar Khan de cena não torna a vida da coalizão governista mais fácil, segundo o analista. Syed sugeriu que a Aliança Democrática do Paquistão – formada por 13 partidos – pode rachar, com lutas internas resultado em ainda mais caos.

Michael Kugelman, diretor do South Asia Institute no Wilson Center, um centro de estudos de Washington, escreveu no Twitter que a crise política no Paquistão parecia estar diminuindo, com o governo prometendo renunciar e abrindo caminho para uma liderança interina que prepararia o país para as eleições.

“Mas agora com Khan preso novamente e indicações de que as eleições podem ser adiadas, todas as apostas estão totalmente canceladas”, acrescentou.

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