A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou nesta última terça-feira (10) uma ajuda de US$ 40 bilhões à Ucrânia, depois que o presidente Joe Biden alertou que Kiev está ficando sem fundos para enfrentar a Rússia.
A assistência militar, humanitária e econômica foi aprovada por 368 votos a 57. Democratas e republicanos já acertaram os detalhes e o Senado deve aprová-la até a semana que vem.
“Com este programa de ajuda, os Estados Unidos enviam ao mundo um sinal da nossa sólida determinação de apoiar o bravo povo da Ucrânia até a vitória”, ressaltou a democrata Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes, em carta aos deputados.
O pacote inclui 6 bilhões de dólares que permitirão à Ucrânia se equipar com veículos blindados e fortalecer sua defesa antiaérea diante dos combates no leste e sul do país.
Também está prevista a destinação de alguns bilhões de dólares para garantir “a continuidade das instituições democráticas ucranianas”, assim como um grande componente humanitário para enfrentar a invasão ordenada pelo presidente russo, Vladimir Putin, desde 24 de fevereiro.
Durante várias semanas, Biden pediu ao Congresso americano 33 bilhões de dólares para ajudar a Ucrânia. Mas na noite de segunda-feira, os líderes legislativos democratas e republicanos acordaram em aumentar ainda mais a assistência e chegaram a um compromisso próximo dos US$ 40 bilhões.
Após a aprovação na Câmara dos Representantes, resta a votação no Senado, que deve ratificar a ajuda. “Aprovar esse financiamento de emergência rapidamente é essencial para ajudar o povo ucraniano em sua luta contra o cruel Putin”, insistiu o líder dos democratas no Senado, Chuck Schumer, nesta terça-feira.
Em um Congresso acostumado às disputas políticas, estas medidas contam com um apoio bipartidário muito amplo.
Urgência
Em um comunicado na segunda-feira, Biden insistiu para que o Congresso vote “imediatamente” este financiamento. Há, segundo o Executivo norte-americano, urgência.
“Avaliamos que o presidente Putin está se preparando para um conflito prolongado na Ucrânia”, disse a diretora de Inteligência Nacional, Avril Haines, em audiência no Capitólio, sede do Congresso.
Ela acrescentou que o presidente russo provavelmente espera uma redução do apoio do Ocidente para Kiev, enquanto o conflito continua provocando escassez de alimentos e inflação, incluindo o aumento vertiginoso dos preços da energia.
Tradicional aliado na política externa dos presidentes norte-americanos, o Congresso já liberou quase 14 bilhões de dólares para a crise da Ucrânia em meados de março, depois de escutar o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, comparar o conflito de seu país com as horas mais obscuras da História estadunidense, como o ataque a Pearl Harbor e os atentados do 11 de setembro de 2001.
Biden promulgou na segunda-feira a criação de um programa que facilitará que os EUA enviem equipamento militar para a Ucrânia, mais de 80 anos depois de um plano similar ter iniciado a participação norte-americana na Segunda Guerra Mundial.