Os EUA anunciaram nesta terça-feira (21) um novo pacote de ajuda militar à Ucrânia no valor de US$ 350 milhões, incluindo o envio de munição para lançadores de foguetes Himars, veículos blindados leves Bradley, cartuchos e armas antitanques. Enquanto o Exército ucraniano continua defendendo o leste do país, o desafio é manter as tropas motivadas, explica um ex-comandante da Otan, que sai fortalecida com novo destacamento americano na Polônia.
No momento em que os EUA enviam novo reforço a Kiev, a União Europeia também anuncia um investimento de € 2 bilhões para abastecer a Ucrânia com 1 milhão de projéteis e fazer compras conjuntas para reabastecer seus estoques.
Porém, como aponta em entrevista à RFI um ex-comandante das forças aliadas da Otan, “o desafio para o presidente Zelensky é manter a motivação de suas tropas e organizar o repouso de seus homens num conflito assim longo”.
Jean-Paul Palomeros não acredita em uma grande contraofensiva ucraniana na primavera europeia (outono no Brasil), porque a defesa da cidade de Bakhmut, no leste do país, está consumindo grande parte das reservas do Exército.
“Sabemos, já há alguns meses, que o calcanhar de Aquiles da Ucrânia são os recursos humanos e isso é lógico, após um ano de guerra. Há uma questão sobre o número de soldados, mas também de organização”, afirma. “Porém, os ucranianos têm se adaptado bem até o momento”, avalia o militar francês.
Base americana na Polônia
Os Estados Unidos inauguraram nesta terça-feira sua primeira guarnição militar permanente na Polônia, o que, de acordo com o embaixador americano em Varsóvia, Mark Brzezinski, é um sinal de unidade da Otan.
“Isso mostra que estamos aqui para ficar e indica ao mundo que os Estados Unidos estão comprometidos com a Polônia e a Otan. Estamos unidos diante da agressão russa”, afirmou o diplomata em uma cerimônia oficial.
Este destacamento, o oitavo na Europa, será responsável por coordenar o apoio às forças americanas na Polônia e em todo o flanco oriental da Aliança Atlântica. Mais de 10 mil soldados americanos estão atualmente baseados na Polônia, país por onde passa a maior parte do equipamento militar destinado à Ucrânia.
“Apreciamos muito a presença permanente das tropas americanas no nosso país, particularmente na situação em que a Europa se encontra, com a Rússia invadindo a Ucrânia e tentando reconstruir seu império”, reagiu o ministro da Defesa polonês, Mariusz Blaszczak.
Até agora, a Polônia, que é membro da União Europeia, é o país que recebeu mais refugiados da guerra na Ucrânia e onde se estabeleceram as bases para a ajuda europeia a Kiev. A Polônia também foi oficialmente o primeiro país a enviar aviões de combate para a defesa ucraniana.