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quinta-feira 14 de setembro de 2023 às 17:39h

Estados e municípios podem enfrentar crise de seu modelo de desenvolvimento

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Para Sergio Andrade, diretor da Agenda Pública, previsão do Fórum Econômico Mundial de que R$ 1 trilhão deve ser investido até 2030 para adaptação das economias à economia de baixo carbono é preocupante e exige políticas de desenvolvimento econômico mais modernas

O governo federal lançou em agosto um novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e o esboços de um inédito Plano de Transição Ecológica. Ao mesmo tempo, relatório do Fórum Econômico Mundial aponta que o Brasil deve investir um total de R$ 1 trilhão em recursos até 2030 para conseguir cumprir as metas do Acordo de Paris. Para Sergio Andrade, cientista político e diretor da ONG Agenda Pública, a falta de políticas de desenvolvimento econômico modernas por parte de Estados e municípios pode aprofundar desigualdade e deixar regiões do país de fora dos novos arranjos e cadeias de valor global.

“O governo federal realizará um esforço coordenado, mas isso não é suficiente. Precisamos de uma atuação a nível dos governos estaduais e municipais. E ela se dá por meio da criação de políticas de desenvolvimento econômico avançadas, combinando modernização das infraestruturas em bases sustentáveis, apoio aos setores mais afetados para descarbonização de suas atividades e uma agressiva política de requalificação dos trabalhadores atuais e futuros ”, afirma o especialista da ONG, que é responsável por plataforma que apoia governos locais na construção de políticas para dinamizar economias regionais.

Andrade lembra que a experiência mundial demonstra que ameaças de sanções internacionais e desinvestimentos em atividades com alta emissão de carbono, como cimento e siderurgia, papel e celulose, petróleo e gás, fertilizantes hidrogenados ou pecuária extensiva podem resultar em desemprego e aprofundamento das desigualdades, além de grande perda de dinamismo econômico e de arrecadação nessas localidades. Assim, é necessário criar políticas que permitam uma transição justa para o novo modelo econômico mais sustentável.

“Há municípios hoje pelo país totalmente dependentes de atividades como a extração de petróleo, minério e gás. É praticamente a principal fonte de receitas, em muitos deles. Por outro lado, a transição pode impulsionar a inovação. As políticas de desenvolvimento econômico certas podem atrair investimento e diversificar nossa matriz econômica, a partir das potencialidades de cada território. Se continuarmos com as respostas tradicionais, como incentivos fiscais mal direcionados, doações de terrenos ou de infraestruturas, não serão geradas oportunidades para as gerações atuais e futuras. O próprio financiamento da máquina pública pode sofrer sérias restrições”, alerta.

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