O governo da Espanha, liderado pelo primeiro-ministro Pedro Sánchez, entrou em acordo na terça-feira (4) para reduzir em duas horas e meia a jornada semanal de trabalho no país.
A proposta elaborada pela ministra do trabalho, Yolanda Díaz, altera as atuais 40 horas trabalhadas para 37,5. Se a medida for aprovada no Congresso, a Espanha estará entre os países com a menor carga horária na Europa, assim como Alemanha, Itália, França e Reino Unido.
O texto foi construído com a colaboração de dois sindicatos trabalhistas do país, mas sem a participação dos empregadores, que se afastaram das negociações e defendiam que as mudanças deviam ser negociadas diretamente pelas empresas.
A reforma, que visa aumentar a produtividade e melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores, afeta cerca de 12 milhões de pessoas no setor privado e reforça que não haverá impacto no salário dos cidadãos. Díaz destacou, em coletiva de imprensa, que a proposta é histórica e que a última alteração nas horas trabalhadas foi há 41 anos. Para ela, a medida “é um projeto para o país, uma medida que modernizará a Espanha.”
Sánchez defende a proposta como uma das prioridades do governo para proporcionar que “todos os espanhóis trabalhem para viver, e não vivam para trabalhar”.
O decreto foi aprovado pelo Conselho de Ministros, mas ainda precisa passar por votação no parlamento, onde o governo enfrenta desafios para obter o apoio necessário para aprovar a redução da jornada, já que não tem aliados o suficiente. Os opositores da alteração estão resistentes devido aos possíveis prejuízos de empresários e pequenas empresas.