Insatisfeitos com o pouco espaço conquistado com o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) na presidência da Casa, parlamentares da oposição já discutem estratégias segundo Gabriela Vinhal, do Uol, para emplacar um aliado no posto. A avaliação é que o nome deve ser competitivo e transitar bem também entre governistas, o que leva a um perfil de alguém do centrão que seja “independente”.
O que aconteceu
Na eleição deste ano, os bolsonaristas apoiaram a candidatura de Rogério Marinho (PL-RN), ex-ministro do governo de Jair Bolsonaro, que saiu derrotado por 49 a 32 votos. À época, ele se recusou a retirar a sua candidatura em prol de Pacheco.
A vitória de um aliado ao governo Lula (PT) escanteou o bolsonarismo no Senado, perdendo o protagonismo em espaços legislativos importantes, como o de presidência ou relatoria de comissões. O grupo também não ocupou nenhuma cadeira da Mesa Diretora, apesar de contar com 11 cadeiras atualmente.
Quando um senador é escolhido relator, ele ganha o poder de negociar com as bancadas e decidir como vai ser o texto de uma proposta que será analisada pelo plenário.
Um aliado de Bolsonaro afirmou à reportagem que sentiu “o gosto amargo” de ter perdido a eleição e quer evitar uma nova derrota em 2025.
A ideia é que o nome a ser apoiado pela oposição não seja de viés totalmente bolsonarista para conseguir angariar mais votos.
Apesar de o pleito ainda estar distante, o assunto já tem sido tratado pelos senadores. Quem for eleito em 2025 comandará o Senado nos dois últimos anos de Lula à frente do Palácio do Planalto.
Por enquanto, Marinho se recusa a contar seus planos futuros, se tentará novamente a presidência ou não. Mas não nega que possa se candidatar.
O desafio será unificar a oposição em torno de um único nome. Isso porque o grupo é composto por bolsonaristas mais radicais e uma ala mais pragmática e que dialoga com o centrão.
Na avaliação de outro senador, Marinho tem habilidade política para negociar com as bancadas, mas a proximidade com o ex-presidente poderia afastar parte do centrão, que quer espaço no governo Lula. Seria o mesmo caso de Tereza Cristina (PP-MS), ex-ministra da Agricultura de Bolsonaro.
Por isso, não é descartada a possibilidade de emplacar alguém de um partido de centro que não seja aliado do Palácio do Planalto, mas também não seja bolsonarista. Cresce a tese de prosperar a candidatura de um senador “independente”.
Além de Marinho, são apontados como possíveis pré-candidatos Davi Alcolumbre (União-AP), Renan Calheiros (MDB-AL) e Eliziane Gama (PSD-MA).