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Liverpool, Inter de Milão e PSG passaram por processos de venda na última década Foto: REUTERS/Phil Noble, Miguel MEDINA / AFP e REUTERS/Sarah Meyssonnier
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quarta-feira 12 de janeiro de 2022 às 18:51h

Era SAF começa no Brasil: relembre as principais aquisições de clubes na última década no futebol mundial

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Com acordos fechados para a cessão da gestão de suas sociedades anônimas de futebol (SAF) ao empresário Jhon Textor e ao ex-jogador Ronaldo, respectivamente, Botafogo e Cruzeiro inauguraram uma nova era de investimentos no futebol brasileiro. A operação do futebol por parte de investidores externos, novidade no Brasil segundo o jornal O Globo, após a aprovação da lei do clube-empresa, e é uma realidade há décadas na Europa: nos últimos anos, grandes equipes do continente venderam suas ações a interessados de várias partes do mundo.

Clubes como PSG (em 2011) e Manchester City (2008), vendidos a empresários do Qatar e dos Emirados Árabes, respectivamente, protagonizaram os processos de aquisição que mais atraíram os holofotes no passado recente. Com investimentos pesados em grandes contratações nos últimos anos, as equipes alcançaram o sucesso competitivo e atraíram os principais jogadores do mundo, mas se tornaram alvos de investigações financeiras e controvérsias relativas sportwashing — a tentativa de limpar a imagem dos donos com a aquisição dos clubes. É também o caso do Newcastle, recém-adquirido por um fundo de investimentos do governo da Arábia Saudita, acusado de desrespeito aos direitos humanos.

Há também os casos em que a operação patinou. Rivais de Milão, Inter e Milan foram vendidos a investidores chineses e sofreram competitivamente e financeiramente. Hoje, vivem cenários parecidos em campo — o Milan já trocou de donos —, mas ainda se recuperam de abalos financeiros provocados por suas administrações.

Relembre as principais aquisições de clubes de futebol desde 2010:

Liverpool (2010)

Sob nova direção, Liverpool cresceu apóis chegada de Klopp Foto: PHIL NOBLE / REUTERS
Sob nova direção, Liverpool cresceu apóis chegada de Klopp Foto: PHIL NOBLE / REUTERS

Adquirido em uma tumultuada negociação em 2010, por cerca de 300 milhões de libras (2,2 bilhões de reais, na cotação atual), o Liverpool segue sob controle majoritário do Fenway Sports Group, do empresário John W. Henry, dono da franquia norte-americana de beisebol Boston Red Sox. O projeto teve altos e baixos e a relação dos donos com a torcida dos Reds por vezes sai da linha, muito em função da política de preços e salários do clube. Em campo, o Liverpool engrenou após a chegada de Jurgen Klopp, em 2015: o treinador tirou o Liverpool de uma seca de títulos nacionais desde o início da era Premier League, em 2020, um ano após faturar o sexto título da Uefa Champions League.

Leicester City (2010)

Clube modesto em relação a parte da lista, o Leicester não foi alvo de badalação após sua venda ao Asian Football Investments (AFI), capitaneados pelos tailandeses Vichai Srivaddhanaprabha e seu filho, Aiyawatt, mas viveu uma história de conto de fadas e tragédia. Comprados por 39 milhões de libras (295 milhões de reais), os Foxes caminharam pelas divisões de acesso até chegar a um inesperado título da Premier League em 2016, que colocou a cidade homônima em festa. O clube se estabilizou como uma equipe competitiva da elite inglesa — ganhou também uma FA Cup —, mas acabou vivendo um episódio dos mais tristes em 2018: o helicóptero de Vichai caiu ao lado do King Power Stadium, matando o proprietário. Aiyawatt assumiu as funções do pai.

PSG (2011)

PSG: aquisição mudou patamar do clube francês Foto: SARAH MEYSSONNIER / Reuters
PSG: aquisição mudou patamar do clube francês Foto: SARAH MEYSSONNIER / Reuters

Casa de Mbappé, Messi e Neymar, o PSG despontou como grande player do futebol mundial ao ser adquirido pelo fundo qatari Qatar Investment Authority por 50 milhões de euros (316 milhões de reais). Com os cofres cheios, o clube investiu em estrelas como Beckham, Ibrahimovic, Cavani, Di María, entre outros, mudando a realidade modesta que vivia no futebol francês. São sete títulos franceses desde a aquisição. Mas o clube presidido por Nasser Al-Khelaifi ainda sonha com o título da Champions.

Inter de Milão (2016)

Inter de Milão deve ser vendida após pouco sucesso de grupo empresarial Foto: MIGUEL MEDINA / AFP
Inter de Milão deve ser vendida após pouco sucesso de grupo empresarial Foto: MIGUEL MEDINA / AFP

O grupo Suning adquiriu o clube nerazzurri em meio a um período de dinastia da Juventus no Campeonato Italiano. Os chineses, que enriqueceram nos negócios do varejo e imobiliário, se aventuraram no futebol pagando 270 milhões de euros (1,7 bilhão de reais) por 70% do clube. Nas mãos dos magnatas, a Inter patinou em meio a investimentos mal geridos. Na última temporada, quebrou a hegemonia da Velha Senhora e faturou o título italiano em grande temporada de Lukaku. Mas Zhang Jindong, presidente do clube, anunciou em fevereiro que o grupo cortaria custos. O técnico Antonio Conte e Lukaku, vitais na conquista, deixaram a Itália no fim da temporada. A tendência é que a Inter seja vendida pelo grupo.

Milan (2017 e 2018)

Os rossoneri também passaram por maus bocados nas mãos de proprietários chineses. O empresário do mercado de ações Li Yonghong comprou mais de 99% das ações do clube de Silvio Berlusconi em 2017 por 740 milhões de euros (cerca 4,6 bilhões de reais), em operação que chegou a ser investigada. Yonghong fez grandes investimentos em contratações, mas o time seguiu em baixa na Itália. A gestão acabou rápido: um mês depois de ser excluído de competições europeias por dois anos por derespeito ao fair play financeiro, o clube foi assumido pelo fundo de investimentos norte-americano Elliott Management, como resultado da dívida de um empréstimo feito por Yonghong com o grupo.

Red Bull Bragantino (2019)

Na operação mais recente de entrada de investidores em clubes brasileiros antes da “era SAF”, a empresa de energéticos Red Bull, que mantém projetos de futebol ao redor do mundo, assumiu o controle do futebol do Bragantino em 2019, sob investimento de 45 milhões de reais. Com novo nome e escudo, o time vem em franco crescimento: garantiu o título da Série B em 2019, a vaga para a Libertadores na última temporada, quando também foi vice-campeão da Copa Sul-Americana.

Newcastle (2021)

Newcastle, de Saint-Maximin (foto), tenta evitar queda após ser comprado Foto: SCOTT HEPPELL / REUTERS
Newcastle, de Saint-Maximin (foto), tenta evitar queda após ser comprado Foto: SCOTT HEPPELL / REUTERS

Na operação mais recente, o odiado pela torcida Mike Ashley vendeu suas ações dos Magpies para o Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita (PIF) por 300 milhões de libras (2,2 bilhões de reais). A venda gerou polêmica, já que o fundo é controla pelo príncipe Mohammed Bin Salman, acusado de envolvimento na morte do jornalista Jamal Khashoggi. A Premier League passou meses analisando a transação antes de autorizá-la, em outubro, sob o temor de que o governo da Arábia Saudita tivesse influência excessiva no clube. Na atual temporada, o Newcastle tenta evitar uma queda à segunda divisão inglesa sob o comando do recém-contratado técnico Eddi Howe. O lateral-direito Kieran Trippier foi o primeiro jogador adquirido pela nova gestão.

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