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quinta-feira 1 de junho de 2023 às 12:30h

‘Era razoável que a Câmara votasse como votou’, diz Lula sobre MP dos ministérios

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (1º) que já esperava a aprovação da MP da reestruturação dos ministérios na Câmara porque era “razoável” que os deputados votassem “do jeito como votou”.

— Eu esperava aquilo porque era razoável que a Câmara votasse do jeito como votou — afirmou ele.

A Câmara aprovou no final da noite desta quarta-feira a MP que cria a estrutura ministerial do governo Lula. O texto perde a validade nesta quinta-feira e ainda precisa ser votado no Senado. Caso isso não ocorra, Lula terá que governar com a estrutura de governo montada por Bolsonaro até o próximo ano, quando poderá enviar uma nova MP sobre o assunto. Caso o texto sofra mudança no Senado, precisará ser votado novamente pela Câmara.

Emparedado pela falta de prazo e sem uma base fiel no Congresso, o Palácio do Planalto praticamente abriu mão de reverter no Parlamento o esvaziamento de ministérios, como o do Meio Ambiente, chefiado por Marina Silva, e passou a apoiar o texto de autoria do relator da proposta, o deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL).

Com este texto aprovado, a ideia é usar decretos e portarias para organizar o funcionamento de órgãos que foram transferidos de pastas. A hipótese de veto presidencial também foi afastada, já que o efeito seria igual ao de deixar a MP expirar, restaurando a configuração da Esplanada de Bolsonaro. Na semana passada, ao apresentar o parecer que foi aprovado em colegiado, o relator teve o aval do Planalto.

Ao longo do dia, de ontem, Lula se reuniu com os ministros Rui Costa (Casa Civil) e com Alexandre Padilha (Relações Insitucionais) de última hora para articular a votação. O governo sofre uma crise na relação com o Congresso, que está insatisfeito com o diálogo com o Palácio do Planalto.

Para a aprovar a MP, Lula precisou entrar pessoalmente em campo pela primeira vez. Além de um telefonema para o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) horas antes da votação, o presidente também se reuniu com o líder do União Brasil, Elmar Nascimento (BA).

O líder partidário é um dos principais insatisfeitos com a articulação política do governo. De acordo com relatos feitos por ele a colegas de partido, Lula reconheceu erros na relação com o partido e prometeu atender mais a reivindicações do Congresso.

Momentos de tensão no Planalto
Antes da aprovação da medida provisória que alterou a estrutura dos ministérios, o núcleo central do governo viveu momentos tensos. De acordo com auxiliares, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estava bastante irritado a ponto de assessores dizerem, em tom de brincadeira, quando alguém precisava entrar em sua sala: “tem certeza?”

Os ministros das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e da Casa Civil, Rui Costa, ficaram no gabinete de Lula do fim da tarde até depois de 20h30. Às 20h35, Padilha atravessou apressado o corredor do quarto andar, depois de sair da sala do presidente no terceiro, e, ao ser questionado sobre o prognóstico para a votação, afirmou ter confiança na aprovação da MP. Lula só saiu do palácio às 20h50, mais tarde do que o normal.

Em conversas reservadas, o ministro das Relações Institucionais, segundo assessores, dizia torcer por uma votação apertada para poder saber qual deputado está realmente com o governo e qual não está. Padilha ainda afirmava nas conversas internas que o governo deveria ir para o tudo ou nada e colocar a MP em votação mesmo sem garantia de aprovação para que o cenário ficasse claro.

Recados de Lira
Ontem, Lira afirmou que caso a MP não fosse aprovada, o parlamento não poderia ser responsabilizado. O presidente da Câmara ainda afirmou que “ajuda, mas nãe é líder do governo” e que há falta de “consideração, de atendimento”.

— O presidente da Câmara ajuda, mas ele não é líder do governo ou da oposição. Sou o presidente que mais teve votos de todas as vertentes. Venho alertando o governo dessa falta de pragmatismo. Há falta de consideração, de atendimento.

Lira ainda afirmou que há uma “insatisfação generalizada dos deputados” com a “falta de articulação política do governo”.

— Há uma insatisfação generalizada dos deputados, e talvez dos senadores, que ainda não se posicionaram, com a falta de articulação política do governo, não de um ou outro ministro — afirmou, completando: — — Quando o relatório saiu, o deputado Isnaldo apanhou quatro dias seguidos sem uma única defesa daqueles que participaram com ele do acordo. Então não é justo, se não houver votos, que o relatório seja derrubado. Se não houver votos, eu penso que a matéria não será nem votada.

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