sábado 4 de maio de 2024
O ministro da Integração, Waldez Góes — Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil/21-02-2023
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domingo 21 de abril de 2024 às 09:26h

Entrevista: governo precisa de esforço para direcionar as emendas a obras, defende Waldez Góes, ministro da Integração

NOTÍCIAS, POLÍTICA


À frente de umas das pastas mais cobiçadas pelo Centrão em função da capacidade de executar emendas parlamentares, o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, defende em entrevista a Sarah Teófilo e Sérgio Roxo, do O Globo, um esforço da equipe do presidente Lula da Silva (PT) para direcionar esses recursos a obras de interesse do governo. Waldez também toma lado na discussão sobre a exploração de petróleo na Foz do Amazonas e defende o direito de a Petrobras fazer pesquisas na região. Para ele, não há incoerência com o discurso ambiental adotado pela gestão.

Por que a avaliação do governo tem caído, como mostraram as pesquisas mais recentes?

A pesquisa vai ser um retrato daquele momento. Eu acho que ninguém pode definir mudança de rumo ou de prioridades em função de um ou outro resultado de pesquisa. Os programas estão bem definidos e estruturados. Não tem por que a gente ter um sobressalto.

Quando o presidente anunciou o seu nome para o ministério, disse que caberia ao senhor o diálogo com o União Brasil. Como está essa conversa?

Sempre estamos na articulação. Isso aí é da vida política. É muito dinâmico esse processo. Vai ter um mês que vai estar bem azeitado. E na semana seguinte, de novo, tem desafios a serem construídos. Eu não falo só com o União. Eu faço (articulação) também com o PDT, com o PT. Com quem eu for requisitado.

O senhor foi indicado pelo senador Davi Alcolumbre (União-AP). Qual a influência dele no ministério?

Nenhuma. Tenho a liberdade de tocar. O presidente da República é o Lula.

O União Brasil discute lançar um candidato em 2026 contra o PT. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, tem se colocado. Isso causa algum desconforto para o senhor?

Não existe isso. É um direito que lhe cabe. Todo brasileiro que tiver interesse, o Caiado e outros, não há problema nisso.

O senhor vai trabalhar para o União Brasil apoiar o presidente Lula em 2026?

Vou trabalhar para o União Brasil, o PP, o PL, para tudo que eu puder. Se a minha contribuição servir para qualquer convencimento, claro que eu vou fazer.

Amapá foi um dos estados que mais recebeu recursos via convênio do ministério no ano passado. O senhor tem privilegiado municípios de aliados?

Zero. Os convênios que eu faço são de emendas parlamentares. Não fui eu que escolhi colocar emenda aqui. Porque se os parlamentares colocaram emenda para aquele município, eu não posso colocar para outro. E quase todos os parlamentares colocam emenda no Ministério da Integração. É um direito dele constitucional fazer a escolha de suas emendas, e eu tenho o dever de cumprir. E eu fiz isso com todos os demais estados do país.

O fato de os parlamentares definirem para onde vão os recursos atrapalha sua gestão?

Quanto mais recursos discricionários o governo tiver, melhor. O governo prioriza o PAC e obviamente que precisa de esforço também da política. E não é só do governo. Acho que esse é o esforço que a política tem que fazer. Se é interesse do governo estadual, das bancadas, do governo federal e da sociedade, você (parlamentar) não pode reforçar com a sua emenda individual ou coletiva? Eu trabalho nesse sentido. Porque realmente são valores altos que eles definem. Tem parlamentar que tem colocado.

Na área da Defesa Civil, o que o governo tem feito para evitar que desastres aconteçam?

Nos últimos sete anos, houve uma desmobilização de recursos tanto para resposta a desastres quanto para prevenção. A retomada está acontecendo. O evento é impossível evitar, estão cada vez mais frequentes e mais intensos. É preparar (a cidade), mitigar, criar adaptação. O presidente Lula recriou a política de prevenção, destinou R$ 20 bilhões só para o Minha Casa Minha Vida por ano. A política foi retomada, mas não vai resolver em um ou dois anos.

Havia discussão de que o programa Calha Norte sairia do Ministério da Defesa e passaria a integrar a pasta do senhor. Isso já foi definido?

Em torno de 90% a 95% do que o Calha Norte executa está relacionado a desenvolvimento regional e não à pasta da Defesa. É um debate que o governo está fazendo para reorganizar isso. Estando aqui ou não, ele (o Calha Norte) vai fazer parte do programa Desenvolve Amazônia, que nós estamos para lançar.

O senhor comemorou a licença para explorar petróleo na Margem Equatorial. Como vê a divisão do governo no tema?

Meio ambiente não é agenda de um ministério, é da sociedade. Nem eu e nem ninguém vai desrespeitar isso. Faz dez anos que fizeram o leilão dos blocos, as duas empresas que venceram abandonaram e estão explorando petróleo na Guiana Inglesa. Chegou a hora de provar se tem ou não tem petróleo. Se tem milhares de bilhões de dólares, a gente precisa conhecer para depois sentar e decidir sobre isso.

O senhor vê incoerência diante da bandeira do governo de promover transição energética?

Fui governador do Amapá, que é carbono negativo. Será que parece que eu sou contra o meio ambiente? Será que parece que eu não tenho responsabilidade ambiental? Tem alguém nesse planeta que tenha defendido mais o meio ambiente do que o presidente Lula? Não tenho dúvida da responsabilidade do presidente Lula e de nenhum colega, inclusive da própria ministra Marina Silva (Meio Ambiente). Lógico que ela tem as precauções dela, mas é um contrassenso depois de 50 anos de conhecimento produzido que não se feche isso.

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