O governo de São Paulo recomendou nesta quarta-feira (12) que os municípios paulistas reduzam o público em eventos públicos e privados com aglomeração, como festas, shows e atividades esportivas. A medida, que depende do aval da prefeitura de cada cidade, foi tomada em razão do avanço dos casos de covid-19 no Estado.
Entenda a seguir detalhes da recomendação feita pelo governo.
Qual foi a recomendação do governo de São Paulo sobre eventos?
O governo recomendou que as prefeituras restrinjam em 30% o público de eventos públicos e privados, como festas, shows e atividades esportivas. A recomendação não é compulsória e depende do aval e implementação do gestor de cada cidade.
No caso do futebol profissional, o que ocorreu foi uma determinação obrigatória encaminhada à Federação Paulista de Futebol que deverá começar a valer a partir de 23 de janeiro com o início do Campeonato Paulista. Por isso, todos os jogos deverão ter até 70% do público independentemente de qual cidade sediará as partidas.
Por que a decisão de restrição de público foi tomada agora?
O Estado observa alta nos indicadores de covid-19, com aumento nos registros de casos e internações pela doença. A quantidade de pessoas internadas em UTI aumentou 58% em duas semanas e o número de internados em enfermarias, 99%. São Paulo segue a tendência brasileira, que vê um novo recrudescimento da doença nas últimas semanas.
As cidades têm de adotar a redução de 30%?
A recomendação do governo não é compulsória. Segundo explicou João Gabbardo, coordenador executivo do Comitê Científico de Combate à Covid-19 do governo, os municípios poderão adotar restrições mais duras do que os 30% de redução de público. “Os municípios têm situações diferentes e enfrentam realidades diferentes. (Eles podem) legislar de acordo com sua situação epidemiológica. (Os 30%) é a régua mínima”, explicou.
Esse patamar de 30% poderá ser alterado pelo governo?
Sim. Gabbardo não descartou elevar esse patamar recomendado nas próximas semanas. “Trabalhamos em cima da realidade do momento. O acréscimo de internações é bastante significativo, mas esse número ainda sai de uma base muito baixa. Se compararmos as internações em UTI em relação à nossa capacidade, significa 13% de todos os leitos. As recomendações têm que ser proporcionais à que estamos vivendo. É definitivo? Não. Vamos examinar a realidade e os números (a cada semana)”, declarou nesta quarta-feira, 12.
A medida vale para bares e restaurantes?
Não. A recomendação se restringe a eventos, shows e atividades esportivas, e não engloba o setor de comércio e serviços, em um primeiro momento. “Não há, neste momento, nenhuma indicação e necessidade de fechamento ou restrições ao comércio e setor de serviços, assim como ao setor produtivo do agronegócio e da indústria. Há, sim, cautela e recomendação expressa para que as pessoas usem máscaras o tempo todo”, afirmou na terça-feira o governador João Doria.
O uso de máscaras continua sendo obrigatório?
Sim. O Estado prorrogou nesta quarta-feira a obrigatoriedade do uso de máscaras de proteção facial até 31 de março.