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terça-feira 23 de agosto de 2022 às 06:05h

Entenda o motivo dos valores das pesquisas eleitorais variarem de R$ 20 mil a R$ 400 mil

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Entrevistas presenciais, por telefone, contratos de trabalho e até as regiões onde são realizadas interferem não só no resultado como também no preço final das pesquisas eleitorais. Levantamento feito por Juliana Arreguy, do portal UOL aponta que R$ 400 mil separam a pesquisa mais cara da mais barata, entre aquelas que foram divulgadas em 2022.

A reportagem comparou os custos de pesquisas feitas por dez dos institutos avaliados internamente para a aplicação do selo de confiabilidade. Foram considerados apenas levantamentos sobre a eleição presidencial, de alcance nacional, e publicadas neste ano eleitoral. Nos casos de institutos que publicaram mais de uma pesquisa, foram observadas as mais recentes.

Qual a pesquisa mais cara? A pesquisa mais cara é a do Instituto Datafolha (R$ 473.780,00), seguida do mais recente levantamento feito pelo Ipec (R$ 231.156,29).

E a mais barata? O menor custo foi da Real Time Big Data (R$ 20.000), valor mais de 20 vezes inferior ao do Datafolha.

O que determina o valor de uma pesquisa? Há diversos fatores que impactam no preço final de uma pesquisa eleitoral, o que inclui a abordagem (se feita de forma presencial, por telefone ou com auxílio de robôs), a quantidade de entrevistados e de cidades, as formas de contratação dos profissionais e até o lucro final da empresa.

No caso das dez pesquisas desta reportagem, as de maior custo são aquelas que foram realizadas de forma presencial: Datafolha, Ipec e Quaest. O levantamento do Paraná Pesquisas também foi feito presencialmente. As demais foram realizadas pelo telefone: FSB, PoderData, MDA, Modalmais/Futura, Ipespe e Real Time Big Data.

Por que pesquisas presenciais são mais caras? Luciana Chong, diretora do Datafolha, explica que estes levantamentos demandam gastos maiores com transportes, incluindo viagens de avião, e o deslocamento entre as cidades.

Há refeições das equipes, hospedagem, equipamentos de proteção para covid, custo da internet para envio dos dados a partir dos tablets e outros fatores.”Luciana Chong, diretora do Datafolha

“Na região Norte do país, há despesas também com o aluguel de barcos”, acrescenta Marcia Cavallari, CEO do Ipec.

Quantidade de entrevistadores também impacta no preço final. Cavallari afirmou que, para entrevistar 2.000 pessoas em três dias, como no caso da pesquisa Ipec divulgada na segunda-feira (15), “foram necessários cerca de 70 entrevistadores”, o que também ampliam os custos.

Já o Datafolha publicado na última quinta (18), com 5.744 pessoas entrevistadas pessoalmente, contratou 456 pesquisadores apenas para coletar as respostas.

“Tanto pesquisas presenciais quanto telefônicas sem robôs têm o custo de pagamento dos entrevistadores, com incidência de impostos sobre esse valor. Outras fases da pesquisa, como planejamento, controle de qualidade, programação e análise, também têm custos de pessoal com incidência de encargos trabalhistas”, afirmou Chong.

Procurada, a Real Time Big Data não quis comentar o que leva o custo de sua pesquisa a ser o mais baixo entre os levantamentos.

Quem paga a conta? Metade dos levantamentos foi feito sob encomenda de bancos e corretoras, quatro pesquisas foram encomendadas por veículos de comunicação e apenas uma foi encomendada pela CNT (Confederação Nacional do Transporte).

As instituições financeiras que pagaram por pesquisas em 2022 são Banco Genial (Quaest), BTG Pactual (FSB), BGC Liquidez (Paraná Pesquisas), Banco Modal (Modalmais/Futura) e XP Investimentos (Ipespe).

Bancos podem pagar pesquisas eleitorais? O financiamento de pesquisas por parte de instituições financeiras não é ilegal. No entanto, em entrevista à Folha, o doutor em ciência política e professor de comunicação política Sérgio Trein observou que a divulgação dos resultados pode ser uma estratégia para angariar votos para o candidato favorito de uma determinada companhia.

Ele também afirmou que um dos interesses por trás dos pagamentos é o de verificar a viabilidade do apoio a alguns candidatos.

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