Há duas constatações nessa pandemia que atingiu em cheio o ensino superior. O ministro Abraham Weintraub, mais preocupado em se defender na Justiça por sua verborragia figadal, deixa o Ministério da Educação sangrar e perdeu o controle, sem condições de continuar no cargo – o ENEM foi para a UTI.
E as Universidades Federais, sem qualquer planejamento para aulas online – estudam há 70 dias como dar aulas virtuais – se blindam nos fortes sindicatos ligados a partidos políticos para manter a inépcia da grade curricular.
A turma que, segundo a coluna Esplanada ironiza nas redes sociais quem os conclama a soluções, é a mesma que paralisou as federais por motivação política, após o impeachment de Dilma Rousseff (PT), e deixou centenas de milhares de alunos sem aulas por 4 meses em 2016 em protesto pela posse de Michel Temer.
Não se toma, aqui, a parte pelo todo. A maioria dos professores das federais é compromissada com alunos e a educação, e sofre resistência de colegas partidarizados.
Weintraub seguiu conselho do seu colega Salles (Meio Ambiente) no circo da reunião de abril. Na surdina, sem avisar e sem debater versão final com universidades e institutos federais, mandou para Congresso o programa Future-se.
O projeto apelidado de ‘Fatura-se’ já foi rechaçado pela maioria das instituições, mas enquanto balança no cargo no MEC, crava que será seu ‘legado’.