“A transição energética deve promover a inclusão do Nordeste no processo de neoindustrialização do Brasil”, afirmou o superintendente da Sudene, Danilo Cabral, no segundo dia da missão internacional realizada pela Autarquia, pelo Consórcio Nordeste e pela ApexBrasil na Europa. Ele frisou que a “energia não é commodity” e que a inclusão socioeconômica da população da região deve acompanhar a estratégia de desenvolvimento
O Nordeste é responsável pela produção de 82% da produção de energia renovável do país – 92% da geração eólica e 42% da geração solar. Há 746 parques eólicos instalados nos nove estados nordestinos e outras 183 planejadas. E são 163 parques solares fotovoltaicos em operação e mais 92 planejadas. Os dados são da Empresa de Pesquisa Energética. E há muito espaço para a atração de mais investimentos.
Segundo Danilo Cabral, o Nordeste tem uma nova oportunidade com a neoindustrialização. “No século passado, nós perdemos a chance e a industrialização se concentrou na região Sudeste, agora, neste novo momento, o processo da transição energética não deve ter como fio indutor apenas a atração de plantas de energia, devemos atrair plantas industriais sustentáveis, de baixo carbono, inclusive olhando para a população do semiárido”, destacou o superintendente. Ele acrescentou que, além da indústria, é preciso garantir a inclusão dos arranjos produtivos locais, cooperativas e associações
A afirmação do superintendente Danilo Cabral corrobora o discurso da presidente do Consórcio Nordeste, governadora Fátima Bezerra (RN). “A sustentabilidade tem que vir junto com a justiça social. Não queremos só vender hidrogênio verde, mas reindustrializar o Nordeste, trazendo empregos”, disse na World Hydrogen Summit, maior feira de hidrogênio verde do mundo, que reúne mais de 15 mil profissionais da indústria de energia e mais de 500 expositores de todo o mundo.
A Sudene integra grupo de trabalho que irá propor atividades de territorialização e desenvolvimento regional considerando as estratégias propostas pela Nova Indústria Brasil (NIB). Caberá à Autarquia e aos demais atores elaborar uma proposta de um Sistema Nacional de Territorialização do Desenvolvimento Industrial. Na prática, é uma iniciativa que irá mapear as principais aglomerações industriais da região, os sistemas produtivos existentes e as capacidades locais. A ideia é dar mais assertividade e precisão ao monitoramento dos impactos da NIB.
Desde o ano passado, a superintendência vem discutindo o papel das instituições regionais, a participação do Nordeste nas missões da Nova Política Industrial e os instrumentos de financiamento para a territorialização dessa política. “A transição energética, a produção do hidrogênio verde, a indústria de baixo carbono, a bioeconomia, tudo isso são temas que fazem parte do nosso Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste (PRDNE) e que estão na ordem do dia das discussões sobre desenvolvimento regional”,
Europa
Fazem parte da missão internacional os governadores Fátima Bezerra (RN), presidente do Consórcio Nordeste, Elmano Freitas (CE), Fábio Mitidieri (SE), Jerônimo Rodrigues (BA), Paulo Dantas (AL), Rafael Fonteles (PI), além do vice-governador do Maranhão, Felipe Camarão, e suas equipes. As comitivas encerraram a participação na World Hydrogen Summit, na Holanda, na terça-feira (14).