Os novos números do Barômetro da Infraestrutura Brasileira, sondagem semestral da Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base) e EY junto a empresários, gestores de investimentos e especialistas é de assustar. A pandemia do novo coronavírus atingiu a economia tal qual um meteoro – e o ceticismo com a capacidade de recuperação proposta pelos governos é grande.
Para 97,4% dos entrevistados de acordo com a coluna Radar, a crise vai prejudicar o cumprimento dos cronogramas de concessão dos governos federal e estaduais previstos para este ano. Mais da metade deles acredita que a União não aproveita ou aproveita muito pouco o potencial que existe para a realização de investimentos em infraestrutura no Brasil por meio de concessões e PPPs.
Não é à toa, portanto, que o cenário para investimentos em infraestrutura seja visto como desfavorável para 61%, bem diferente dos 24,4% registrados na pesquisa anterior, no segundo semestre de 2019.
O cenário é visto como desfavorável para novas contratações para 65,6% dos entrevistados, assim como 84,4% são pessimistas em relação ao crescimento econômico do país nos próximos seis meses.
“A crise deteriorou o ambiente. O setor privado está pensando no curto prazo, em ajustar os contratos de concessão com os devidos reequilíbrios, o quanto antes. São centenas de contratos em vários setores. Mas há apetite para os ativos de infraestrutura. Isso vale para o governo federal e para estados e municípios. Os cronogramas das concessões que estão sendo estudadas vão sofrer atrasos, o que é natural, pois estudos precisam ser analisados com mais cuidado. Ninguém sabe qual é a perspectiva de demanda e de crescimento daqui pra frente, e essas informações são relevantes. O importante é modelar projetos bem qualificados e leilões de concessões com disputa”, disse Venilton Tadini, presidente-executivo da Abdib.