A Neuralink, empresa de implantes cerebrais de Elon Musk, abordou um dos maiores centros de neurocirurgia dos Estados Unidos como potencial parceiro de ensaios clínicos, enquanto se prepara para testar seus dispositivos em humanos assim que os reguladores permitirem, de acordo com seis fontes familiarizadas com o assunto.
A empresa tem conversado com o Barrow Neurological Institute, uma organização de pesquisa e tratamento de doenças neurológicas com sede em Phoenix, no Arizona, para ajudar a realizar os testes em humanos, disseram as fontes.
A Neuralink também discutiu parcerias com outros centros, acrescentaram as fontes.
A Reuters não pôde verificar o status mais recente das negociações. Os representantes da Neuralink não responderam aos pedidos de comentários.
Francisco Ponce, diretor do Centro de Neuromodulação e Programa de Residência em Neurocirurgia de Barrow, recusou-se a comentar sobre a Neuralink, mas disse que o local estava bem posicionado para conduzir essa pesquisa de implante por causa de seu longo histórico no campo.
A FDA, agência de vigilância sanitária dos Estados Unidos, se recusou a comentar os esforços da Neuralink para encontrar um parceiro para seus ensaios clínicos.
Os esforços mais recentes da Neuralink ocorrem quando a empresa enfrenta duas investigações federais nos Estados Unidos sobre suas práticas.
Os dispositivos que o instituto implantou até agora são diferentes dos da Neuralink. O Barrow Neurological Institute trabalha com dispositivos de estimulação cerebral profunda, que receberam a aprovação do FDA em 1997 para ajudar a reduzir os tremores de Parkinson e foram implantados em mais de 175 mil pacientes.
O implante da Neuralink é um dispositivo de interface cérebro-computador (BCI), que usa eletrodos que penetram no cérebro ou ficam em sua superfície para fornecer comunicação direta com os computadores. Até agora, nenhuma empresa recebeu a aprovação dos Estados Unidos para trazer um implante BCI para o mercado.