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Italiano afirma em carta que ganhou asilo no Brasil porque Lula percebeu que ele não era um ‘monstro’
Na carta em que pediu asilo à Bolívia, com data de 18 de dezembro, o italiano Cesare Battisti atribuiu sua saída do Brasil à eleição do presidente Jair Bolsonaro e disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu a ele residência depois de ter certeza que “não era o monstro que o governo italiano tentava construir”.
“Outra vez uma nefasta coincidência: em 2018, um governo eleito de ultradireita na Itália e outro no Brasil, cujo presidente eleito é Bolsonaro. Uma vez mais, tenho a necessidade de pedir ajuda a um país de princípios democráticos, a Bolívia”, escreveu Battisti à Comissão Nacional de Refúgio da Bolívia (Conare). “Poucos dias depois de seu triunfo eleitoral, Bolsonaro prometeu publicamente que realizará todos os esforços para me extraditar”, complementou o italiano.
A mudança dele para Brasil, em 2004, segundo a carta, também foi motivada pela ascensão de governos de direita na Itália, na figura de Silvio Berlusconi, e na França com Nicolas Sarkozy. Battisti viveu na França entre 1990 e 2004.
Sobre o tempo que viveu no Brasil, de 2004 a 2018, Battisti disse que “o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (depois de ter a certeza de eu não era o monstro que o governo italiano tentava construir com um período de extradição absurdo) me concedeu residência permanente em 2010”. Nesse período, contou que teve um filho de cinco anos chamado Raúl e que escreveu cinco livros.
O ex-ativista fez um breve relato de sua vida política, contando que nasceu em uma família comunista cujo avô foi um dos fundadores do Partido Comunista Italiano. Também listou todas as organizações clandestinas pelas quais passou. Ainda confessou ter participado de ações “que o objetivo sempre foram financiar a propaganda de organização de luta politica”.
