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terça-feira 1 de novembro de 2022 às 16:48h

Em nove estados, candidato à Presidência mais votado não conseguiu emplacar governador

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De acordo com o GLOBO, a força dos candidatos que se enfrentaram pela Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), não foi traduzida para todos os nomes apoiados nas disputas estaduais. Embora em lugares como São Paulo e Bahia a transferência de votos tenha sido bem sucedida, em nove estados o nome que estará à frente do governo não é o que recebeu apoio do postulante ao Palácio do Planalto com mais eleitores. O alinhamento foi especialmente difícil em embates com nomes que buscavam a reeleição.

Em Minas Gerais, o presidente eleito, Lula, foi o mais votado em ambos os turnos, porém não conseguiu emplacar seu candidato para o governo estadual. O ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD) recebeu cerca de dois milhões de votos a menos que o petista e terminou como segundo colocado.

O mesmo descompasso, porém, foi observado durante o segundo turno no estado. Apesar de o governador reeleito com 56,18% dos eleitores, Romeu Zema (Novo), ter direcionado esforços para a campanha de Bolsonaro, a preferência dos mineiros foi novamente por Lula.

No Tocantins, o petista também foi favorito, mas não conseguiu levar Paulo Mourão (PT) para o segundo turno, que conquistou 350 mil eleitores a menos que Lula no estado. Além disso, o governador reeleito, Wanderlei Barbosa (Republicanos), fez o mesmo movimento de Zema ao apoiar a recondução de Bolsonaro à Presidência, mas também não conseguiu derrubar a vantagem do presidente eleito.

Também na região Norte, Eduardo Braga (MDB), ex-chefe do Executivo amazonense, contou desde o início da campanha com o apoio de Lula, que saiu vitorioso no estado. Ainda assim, Braga não conseguiu conquistar o mesmo número de votos que o petista, registrando cerca de 600 mil eleitores a menos no Amazonas.

Por outro lado, Wilson Lima (União), aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), conseguiu somar os mesmos 800 mil votos do atual mandatário no estado, e foi reeleito para o governo neste domingo.

O mesmo descompasso aconteceu em estados pró-Bolsonaro, mas que escolheram nomes alinhados a Lula ou neutros. No Espírito Santo, o ex-deputado federal Carlos Manato (PL), aliado do presidente, apostou na alta popularidade do mandatário na região para impedir a reeleição do atual governador, Renato Casagrande (PSB).

O pessebista contava com o PT, que retirou no início da campanha a candidatura do senador Fabiano Contarato (PT) ao Palácio Anchieta para apoiar Casagrande. O mandatário, cuja legenda é base do novo governo e do vice-governador eleito, Geraldo Alckmin, até evitou nacionalizar a disputa, mas não escondeu o voto em Lula.

No embate para a Presidência, Lula de fato ficou para trás, porém Manato não conseguiu angariar todos os votos dados a Bolsonaro, somando 360 mil eleitores a menos que o chefe do Executivo. Com isso, o candidato do PSB foi reconduzido ao cargo com uma vantagem de 7% dos votos, que poderia ter sido derrubada com a transferência dos votos bolsonaristas.

Houve ainda os casos em que o governador eleito foi o candidato que optou pela neutralidade, ainda que o presidente com mais votos no estado tivesse apoiado oficialmente um nome na disputa. É o caso do Rio Grande do Sul, em que Eduardo Leite (PSDB) não indicou apoio nem a Lula, nem a Bolsonaro no segundo turno, e foi reeleito.

No pleito gaúcho, parte da região mais bolsonarista do país, o candidato do presidente, Onyx Lorenzoni (PL), que foi titular de ministérios durante a gestão de Bolsonaro e um dos seus principais aliados, foi derrotado na corrida para o Palácio Piratini. Isso porque conquistou 965 mil eleitores a menos que os contabilizados pelo chefe do Executivo, que liderou a disputa presidencial no estado.

Força de Lula no Nordeste

A situação gaúcha foi inversamente semelhante à de Pernambuco, um dos estados com maior apoio à eleição de Lula. Embora o petista tenha garantido 66,9% dos eleitores pernambucanos, sua candidata ao governo estadual, a ex-deputada federal Marília Arraes (Solidariedade), perdeu a disputa para Raquel Lyra (PSDB), que preferiu não demonstrar apoio de forma pública aos postulantes para a Presidência.

A estratégia de se colar em Lula chegou a levar Marília a sair vitoriosa no primeiro turno, mas a força petista no estado não foi suficiente neste domingo para torná-la governadora. A candidata do Solidariedade conquistou 1,4 milhão de eleitores a menos que Lula no estado, e perdeu para a adversária tucana.

Em Sergipe, o cenário reforça que o nome do petista sozinho nem sempre consegue impulsionar seus candidatos aos governos estaduais. Embora no segundo turno ambos os candidatos tenham declarado voto no presidente eleito, o PT tinha um postulante na corrida: Rogério Carvalho. O senador, no entanto, conquistou 280 mil eleitores a menos que Lula no estado, e perdeu para Fábio Mitidieri (PSD).

Bolsonarismo no Centro-Oeste

A situação foi a mesma para Bolsonaro na região Centro-Oeste. Embora eventualmente ambos os candidatos que disputaram o segundo turno sul mato-grossense, além do governador goiano reeleito na primeira volta, tenham todos indicado apoio ao mandatário, não foram os postulantes para os quais Bolsonaro pediu votos que saíram vitoriosos da disputa.

No Mato Grosso do Sul, no último debate antes do primeiro turno, realizado pela TV Globo, o presidente afirmou que seu candidato para o governo estadual era Capitão Contar (PRTB). A declaração o impulsionou para que chegasse ao segundo turno, porém Contar perdeu para Eduardo Riedel (PSDB) neste domingo, com uma diferença superior a 10% dos votos.

Em Goiás, a eleição foi decidida ainda no dia 2, quando o atual governador Ronaldo Caiado (União) foi reconduzido ao cargo com quase 40% de votos a mais que um de seus adversários, o Major Vitor Hugo (PL), aliado de Bolsonaro.

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