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Ministro Luís Roberto Barroso em sessão plenária do STF — Foto: Carlos Moura/SCO/STF
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quinta-feira 10 de agosto de 2023 às 07:37h

Em discurso, Barroso fala em necessidade de ‘fase de pacificação’ no Brasil

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No dia em que foi eleito presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Luís Roberto Barroso afirmou segundo  Isadora Peron, do jornal Valor, que o Brasil precisa viver uma “fase de pacificação” e defendeu que, na democracia, não há lugar para a “intolerância”.

A eleição para o cargo ocorreu nesta última quarta-feira (8), mas Barroso toma posse somente no dia 28 de setembro. A fala do ministro aconteceu na abertura de uma exposição, no museu da Corte, sobre os atos golpistas de 8 de janeiro.

Ao começar o seu discurso, o ministro fez uma brincadeira, dizendo que estava evitando falar de improviso. No mês passado, em discurso no Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), ele fez uma crítica direta ao bolsonarismo, o que lhe rendeu um pedido de impeachment no Senado.

“Eu ando em uma fase que estou evitando falar de improviso. A democracia, eu assim penso, ela tem lugar para liberais, para progressistas, para conservadores, só não tem lugar para a intolerância, para aqueles que não gostam de conviver com o outro, com o diferente, com quem oferece alternativas de visão de mundo”, disse.

Segundo o futuro presidente da Corte, “nós temos um país para construir, portanto acho que precisamos viver uma fase de pacificação”. Ele sugeriu a criação de uma agenda comum que “possa congregar todas as pessoas em torno de um mesmo ideal, e no centro deste ideal está a dignidade da pessoa humana e o respeito aos valores constitucionais”.

Para Barroso, a exposição inaugurada nesta quarta-feira lembra de um “momento muito triste da história brasileira”, que foi a invasão das sedes dos Três Poderes. “Eu vi a devastação que aconteceu e a tristeza que nos causou, mas também o exemplo extraordinário dado sob a liderança da ministra Rosa Weber, que foi a reconstrução do plenário e do prédio do STF em três semanas para que nós pudéssemos estar aqui no início do ano Judiciário.”

O ministro disse ainda que a Constituição, que completa 35 anos em 2023, trouxe estabilidade ao país, mas é preciso lembrar dos momentos de tentativas de ruptura institucional da história recente do Brasil. Segundo ele, “não dá para contar nos dedos das duas mãos as tentativas de quebra da legalidade”, o que demonstra a resiliência das instituições brasileiras. “Apesar dos sobressaltos dos últimos tempos, nós derrotamos os ciclos do atraso e conseguimos conquistar essa estabilidade com todas as dificuldades que a democracia traz.”

Ele também avaliou que a reação da sociedade brasileira contra a “barbárie” que aconteceu em 8 de janeiro representou “um revigoramento da democracia”. “Sobre as cinzas em que havia se transformado parte desse prédio, nós fomos capazes de reconstruir o prédio da Justiça, porque a Justiça é um ideal que não se destrói nunca.”

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