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Em nove meses de mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já visitou mais países em viagens oficiais do que seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL), ao longo de quatro anos, Ricardo Mendonça, do jornal Valor.
Desde janeiro, Lula visitou 21 países. Neste momento, está nos Estados Unidos, onde discursou na abertura da 78ª Assembleia-Geral da ONU e deve se reunir com o presidente americano, Joe Biden, entre outros compromissos. De 2019 a 2022, ao longo de todo mandato, Bolsonaro esteve em 20 países.
No exterior, as viagens de Bolsonaro eram mais demoradas. No total, ele passou 59 dias fora do Brasil. Já Lula deverá completar 45 dias de ausência ao concluir sua atual visita aos Estados Unidos.
Em seus três mandatos (2003-06, 2007-10 e o atual), Lula visitou 84 países no total e deverá completar 512 dias fora assim que concluir sua atual viagem. Isso equivale a 1 ano, 4 meses e 27 dias.
Enquanto o petista chama a atenção pela agenda internacional intensa — nenhum presidente brasileiro viajou tanto como ele na história do país — Bolsonaro se destaca pelo acanhamento nesse quesito.
Desde o fim da ditadura, em 1985, Bolsonaro foi o segundo presidente que menos saiu do Brasil em missões oficiais. Ele esteve fora do país em 4% do período de seu governo, marca ligeiramente superior apenas à de Michel Temer, com 3,8%.
É preciso levar em consideração que, embora menosprezasse os riscos associados à covid-19, Bolsonaro exerceu a Presidência durante um período que coincidiu com o surgimento e o auge da pandemia. A época foi marcada por forte refluxo das viagens internacionais.
Até agora, Lula passou 17,1% do tempo de seu atual governo em viagens internacionais. Ele esteve duas vezes na Argentina, está nos Estados Unidos pela segunda vez, e esteve uma vez em outros 19 países, como África do Sul, Angola, China, Cuba, Espanha, Japão e Uruguai.
Na Presidência, Bolsonaro foi sete vezes aos Estados Unidos, esteve duas vezes na Argentina, duas nos Emirados Árabes e duas no Japão. Ele foi uma vez para outros 16 países. Entre eles estão Arábia Saudita, Rússia, Hungria, Israel e Suriname.
Aliados de Lula sustentam que as viagens internacionais ajudam na atração de investimentos para o Brasil e representam “a retomada de laços estratégicos” para o país.
