A Tesla, uma das líderes globais na fabricação de veículos elétricos, está enfrentando um momento delicado. Após relatar sua primeira queda anual na entrega de veículos desde 2020, a empresa agora planeja demitir mais de dez por cento de sua força de trabalho global, de acordo com um e-mail interno visto pelo Electrek.
Isso representa pelo menos 14 mil dos 140.473 funcionários que a Tesla relatou em seu último relatório anual. A notícia ainda não deixou claro quais equipes serão afetadas por essas demissões. Em um e-mail divulgado pelo Electrek, o CEO Elon Musk expressou sua aversão à decisão, afirmando: “Não há nada que eu odeie mais, mas deve ser feito.
Aproximadamente a cada 5 anos, precisamos reorganizar e dinamizar a empresa para a próxima fase de crescimento”, escreveu no X Elon Musk, que recentemente se popularizou no Brasil em virtude de um embate com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que incluiu o dono do X no inquérito das milícias digitais.
Além das demissões em massa, a Tesla também está passando por mudanças em sua alta administração. O vice-presidente sênior da empresa, Drew Bagliano, está deixando a empresa, segundo relatos da Bloomberg. Bagliano, que esteve na Tesla por mais de 18 anos e ocupou vários cargos, estava recentemente à frente da divisão de energia e powertrain da empresa.
Esses anúncios de demissões representam apenas o mais recente em uma série de notícias negativas para a Tesla. A empresa já havia relatado uma queda nas estimativas de entrega antes de seus resultados trimestrais, juntamente com uma previsão de desaceleração no crescimento das vendas no início deste ano, à medida que se prepara para o lançamento de seus veículos de próxima geração.
Além das demissões, a Tesla também parece estar mudando sua estratégia de produtos. Relatórios indicam que a empresa abandonou seus planos de produzir um Modelo 2 acessível, com um preço em torno de US$ 25.000, em favor de um novo projeto de robotáxi. Essa mudança estratégica ocorre em meio à pressão crescente da concorrência, especialmente dos fabricantes chineses de veículos elétricos.
Economia
Essa reestruturação da Tesla ocorre em um momento crucial para a indústria de veículos elétricos (VE). No ano passado, a empresa perdeu o título de maior fabricante mundial de VE para a BYD, da China, que produziu 3,02 milhões de VE em comparação com os 1,81 milhões da Tesla.
O futuro da Tesla é incerto diante desses momentos difíceis. As demissões em massa e as mudanças na alta administração refletem uma empresa que busca se adaptar a um mercado competitivo e em constante mudança. A reação dos investidores e consumidores será fundamental para determinar o destino da Tesla nos próximos anos.