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quinta-feira 23 de maio de 2024 às 06:41h

Elmar tenta novo estilo por votos na Câmara e aproveita ‘churrascada’ para acenos

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A corrida pela sucessão de Arthur Lira (PP-AL) no comando da Câmara foi a tônica da “churrascada” promovida na noite desta quarta-feira (22), em Brasília, pelo deputado federal Marangoni (União Brasil-SP). O pré-candidato Elmar Nascimento (União Brasil) aproveitou a festa do aliado para acenos ao governo Lula e ao chamado baixo clero da Casa. De olho no afunilamento da corrida interna, o deputado baiano tenta inaugurar um novo estilo, menos turrão e mais afável com os pares, que costumeiramente atribuem à personalidade do deputado as chances de sair derrotado na disputa.

Animada pelo sertanejo de Thaeme e Thiago e outras quatro duplas, a churrascada de Marangoni reuniu ministros como Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Celso Sabino (Turismo) e Juscelino Filho (Comunicações). Do Congresso, o deputados Zeca Dirceu (PT-PR) e Dr. Luizinho (PP-RJ), e a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) marcaram presença. Rival de Elmar na pré-campanha à presidência da Câmara, Antonio Brito (BA) externava alegria, ciente de que vem ganhando terreno nos corredores do Salão Verde.

Ao longo da noite, Elmar confessou, de forma reservada, que ficou desapontado com a pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira. De acordo com o levantamento, Brito é o deputado mais citado na Câmara para suceder Lira, com 23% de preferência. O líder do PSD tem o apoio do Palácio do Planalto para a empreitada. Visto como favorito de Lira para sua cadeira, Elmar marcou 15%. Ausentes à churrascada, o presidente do Republicanos, Marcos Pereira (SP), fez 13% e o líder do MDB, Isnaldo Bulhões (AL), 10%.

De acordo com relatos feitos à coluna do Estadão, o líder do União Brasil foi aconselhado nos últimos dias a “descer do salto” e cuidar da relação os deputados, que são os eleitores na disputa interna. Na avaliação de parlamentares presentes à festa, o resultado da pesquisa Quaest começou a fazer efeito. O baiano mostrou-se mais simpático, distribuindo sorrisos até então raros. Por alguns minutos, conversou a sós com Padilha.

Revelada pela Coluna do Estadão, a churrascada estava marcada para as 20 horas, mas as lideranças só chegaram por volta das 22h. Em semana de Marcha Nacional dos Prefeitos, a noite foi movimentava em Brasília. A menos de dois quilômetros da festa de Marangoni, a tesoureira nacional do PT, Gleide Andrade, comemorava aniversário. Figura poderosa do partido, ela reuniu oito ministros do governo Lula, incluindo Fernando Haddad (Fazenda) e Alexandre Silveira (Minas e Energia), além da presidente da sigla, Gleisi Hoffmann.

Como mostrou a Coluna do Estadão, Antonio Brito, o candidato de Lula para a Câmara, ganhou a simpatia de aliados de Jair Bolsonaro. O parlamentar do PSD estreitou o diálogo com o PL, maior partido da Casa, enquanto Marcos Pereira foi novamente rejeitado pelo ex-presidente após defender o chamado projeto do streaming. O texto desagrada aos evangélicos e bolsonaristas pelo potencial de regulamentação da internet.

Em abril, Elmar, para acenar à direita, apelou ao corporativismo e defendeu a soltura do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), preso como suposto mandante do assassinato de Marielle Franco. A articulação, contudo, falhou: a Câmara manteve Brazão na cadeia, e o movimento do pré-candidato aumentou sua rejeição dentro do governo Lula. Irmã de Marielle, Anielle Franco é ministra da Igualdade Racial. Elmar, porém, já era visto com desconfiança nas fileiras petistas por ter sido eleito chamando Lula de “ladrão”.

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