Como tudo neste ano de 2020, as eleições municipais também irão ser impactadas pela pandemia da Covid-19 conforme publicou o Bahia Notícias.
Segundo publicação, o impacto vai valer tanto para que tentarão se reeleger como para aqueles que buscarão uma vaga na Prefeitura ou na Câmara. A percepção é do professor de direito da Ufba e analista do TRE-BA, Jaime Barreiros Neto. Segundo ele, no caso dos prefeitos, a condução das ações de saúde conjugadas com a administração da crise financeira podem selar a sorte dos candidatos. Pode, inclusive, até “virar o jogo”, saindo de uma avaliação negativa para outra mais favorável.
“Aquele prefeito que conseguir lidar melhor não só com a crise de saúde, mas com a crise da economia, ele poderá ter um resultado eleitoral melhor, mesmo tendo feito uma gestão ruim até então. E o contrário também é verdadeiro. O prefeito que tinha a reeleição garantida, pode ter a eleição ameaçada”, avaliou em entrevista ao Bahia Notícias.
O professor comparou com o exemplo de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos. “Antes da pandemia, todo mundo dava como certa a reeleição dele. Mas a forma como ele tem conduzido o país, tornando os Estados Unidos como o epicentro da doença no mundo, com a maioria das mortes, a reeleição dele já está ameaçada”, conjecturou.
Campanha fisicamente restrita
Com as reuniões e encontros vetados, a tendência é que as redes sociais e os sites de notícias tenham uma importância ainda maior em 2020. No entanto, o costume do ‘corpo a corpo’, comum nos pleitos municipais, pode ocorrer à revelia dos riscos da pandemia, o que pode acelerar o contágio do novo coronavírus nas cidades.
“Eu acho que muitos candidatos a vereador irão ao encontro do eleitor, e isso pode ser um problema sanitário, porque pode levar a doença para vários lugares”, disse ao Bahia Notícias. Com a campanha na internet, Jaime Barreiros Neto considera que políticos já conhecidos podem ter mais sucesso, já que nem todo mundo tem acesso à internet, como na zona rural.
Políticos que buscam reeleição
No caso de quem disputa reeleição, o professor acredita que a tendência expressada em 2016 deve se acentuar. No último pleito, mais da metade [52%] que tentou a reeleição perdeu. “A gente já não pode ter certeza de reeleição de nenhum prefeito. Já não tivemos na última eleição quando pela primeira vez os candidatos à reeleição não se reelegeram. E nesse ano, o cenário é ainda mais imprevisível porque tem esse fator novo que será decisivo. E o eleitor tende a analisar não apenas o mandato como um todo, mas principalmente o último ano, e esse último ano coincidiu com a pandemia”, comentou.