O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), órgão de controle externo do MP, terá nesta segunda-feira (21) a eleição de uma lista tríplice de procuradores para ser submetida a Augusto Aras.
Conforme a coluna de Guilherme Amado, o PGR escolherá um desses três nomes eleitos para ser o novo representante do MPF no conselho. Tudo caminha para o resultado incluir um ou mais nomes que dariam a Aras a possibilidade de nomear alguém próximo a ele e, assim, se fortalecer ainda mais no CNMP.
Ao contrário do Conselho Superior do Ministério Público, órgão interno do MPF em que Aras enfrenta forte resistência, no CNMP, órgão de controle externo, ele já tem uma situação bem mais confortável — em parte porque há vagas abertas há meses, devido à pandemia. O esvaziamento o favorece.
Seis candidatos concorrem às três vagas da lista que será eleita na segunda-feira: Anderson Lodetti, Antônio Edilio, José Robalinho Cavalcanti, Maurício Andreiuolo, Pablo Barreto e Roberto Dassiê Diana. Dos três, Lodetti, Andreiuolo e Barreto têm ligações com Aras.
Anderson Lodetti integrou a Comissão de Assessoramento Orçamentário ao PGR, nomeado por Aras. Maurício Andreiuolo foi secretário-geral do CNMP, nomeado por Aras, e depois secretário-geral adjunto do Ministério Público da União, também uma função de confiança. E Pablo Barreto era, até semana passada, titular da Secretaria de Pesquisa e Análise do MPF, um dos mais estratégicos órgãos do MPF, pela qual passam todas as investigações complexas da casa. Até ontem pelo menos o nome dele ainda estava no site como titular, tão recente é a saída. Foi nomeado por Raquel Dodge e mantido por Aras.
No MPF, é dado como certo que, se qualquer um deles for para a lista, serão escolhidos por Aras. As chances são grandes. Os três, embora tenham participado da gestão Aras, são respeitados tecnicamente e reconhecidos como bons procuradores. Mas colegas temem que sejam aliados de Aras no CNMP.