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quarta-feira 1 de fevereiro de 2023 às 20:02h

Eleição para o Senado: os 4 fatores que levaram à vitória de Pacheco

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Quatro fatores levaram à vitória de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), candidato apoiado pelo governo Lula, na disputa pela presidência do Senado, na avaliação de aliados e adversários ouvidos pela equipe da coluna.

Ex-ministro do Desenvolvimento Regional do governo Bolsonaro, Rogério Marinho (PL-RN) obteve 32 votos, aquém dos 41 necessários para impedir a recondução Pacheco ao cargo – e longe dos 43 votos esperados pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) antes do início da votação.

Aliados e inimigos políticos de Pacheco concordam conforme Rafael Moraes Moura, do O Globo, que o engajamento do ex-presidente Jair Bolsonaro na campanha pode ter produzido o efeito contrário ao esperado pelo presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, tirando votos do adversário ao associar sua imagem à do ex-ocupante do Palácio do Planalto.

“Com Marinho no comando do Senado, Bolsonaro voltaria para o jogo. Marinho seria um fiel da balança para negociar uma volta pacífica do ex-presidente para o Brasil”, disse um aliado bolsonarista.

À equipe da coluna, o ministro da Justiça, Flávio Dino, chamou Bolsonaro de “Midas às avessas”. “Tudo que ele toca vira fascismo. Marinho virou representante do bloco do golpismo.”

Um segundo fator que os dois lados da disputa concordam que pesou a favor de Pacheco foi a repercussão dos atentados terroristas do dia 8 de janeiro, que culminaram com a invasão e a depredação da sede dos três poderes.

“Uma eventual vitória do Marinho ia tensionar o ambiente neste início de governo Lula. Tudo que precisamos agora é do contrário: distensionar e relaxar as coisas”, disse à equipe da coluna um senador do PSD, partido de Pacheco.

Enquanto Bolsonaro prejudicou Rogério Marinho, um terceiro fator que turbinou as chances de Pacheco na reta final da campanha foi a articulação do governo Lula, que colocou a máquina estatal, com o loteamento de cargos, para garantir a vitória do aliado.

“O jogo foi bruto e nada republicano. É difícil competir com o peso da máquina”, afirmou o senador Eduardo Girão (Podemos-CE), que desistiu de sua candidatura em última hora para endossar a campanha de Marinho.

Por último, bolsonaristas atribuem a vitória de Pacheco a um outro fator: o formato da votação, que é secreta.

No início da sessão, Girão, Marinho e o senador Izalci Lucas (PSDB-DF) questionaram sobre a possibilidade de divulgarem os seus votos durante o processo de escolha do novo presidente da Casa.

O senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), no entanto, informou aos colegas que o regimento interno da Casa prevê a votação secreta – e frisou que a revelação do candidato escolhido poderia resultar em sanções, como a anulação do voto.

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