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segunda-feira 4 de março de 2024 às 06:21h

Edinho é o favorito de Lula para assumir comando do PT

NOTÍCIAS, POLÍTICA


Prefeito de Araraquara (SP) e um dos coordenadores da campanha presidencial de 2022, Edinho Silva é o favorito do presidente Lula da Silva (PT) para assumir o comando do PT na eleição interna que acontecerá no primeiro semestre do ano que vem.

Diferentes líderes do partido relatam, de forma reservada, que Lula planejava ver Edinho na presidência da legenda já no fim do ano passado. Na época, o mandatário sondou a atual presidente da sigla, Gleisi Hoffmann, para assumir o Ministério da Justiça no lugar de Flávio Dino, indicado para o Supremo Tribunal Federal (STF). Se Gleisi aceitasse o posto no governo, a ideia do chefe do Executivo era que o prefeito a substituísse no PT.

Mas a presidente do partido disse não para a sondagem por avaliar que não tinha um histórico de atuação na área, considerada nevrálgica na gestão federal. Com a recusa de Gleisi, o plano de levar Edinho ao comando do PT foi adiado para o próximo ano, quando acaba o mandato da atual presidente. Pelo estatuto, Gleisi não pode disputar o cargo novamente. A data da eleição não está definida.

Apesar de ter a preferência de Lula, Edinho enfrenta resistência da corrente majoritária do partido, a CNB, da qual faz parte. Lideranças da ala dizem que não aceitarão o prefeito de Araraquara e querem um nome com mais vínculos com o grupo. Um dos citados é o líder do governo na Câmara, José Guimarães (CE).

Integrantes da CNB trabalham para mostrar a Lula a resistência ao nome do prefeito de Araraquara e acreditam que o presidente não estará disposto a comprar briga com o grupo — uma parte, inclusive, aposta que Lula já deixou a ideia de lado.

A corrente não pretende antecipar a discussão sobre a escolha do candidato e avalia que a definição do postulante ao cargo só deve ocorrer no fim do ano.

— As discussões sobre a sucessão no PT vão acontecer depois da eleição municipal — afirma o deputado Jilmar Tatto (SP), um dos líderes da CNB.

Caso Edinho seja levado ao posto, a sua escolha implicaria em uma mudança radical de perfil em relação ao atual comando. Ele é considerado um político mais conciliador e tem diálogo estreito com adversários do PT, como o ex-governador de São Paulo João Doria. Em novembro do ano passado, quando fez o lançamento de um livro sobre o combate à pandemia da Covid-19 em Brasília, até o presidente do PP, Ciro Nogueira, ex-ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro, compareceu.

Edinho também é próximo do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, adversário interno de Gleisi. A sua eventual eleição pode levar ao fim das críticas à política econômica do governo por parte da direção do PT.

Caberá ao novo presidente do partido as costuras das alianças para a campanha eleitoral de 2026, quando Lula deve disputar a reeleição. Hoje, a avaliação entre lideranças petistas é que seria imprescindível atrair o apoio de partidos de centro, como o MDB. Para levar adiante esse plano, o bom trânsito de Edinho pode ser um trunfo.

O prefeito de Araraquara, porém, nega que tenha discutido com Lula a possibilidade de assumir o PT.

— Até o fim do mandato, a presidente do PT é a Gleisi, que está fazendo um excelente trabalho. Nunca fui procurado para conversar sobre esse assunto.

O mandato de Edinho em Araraquara se encerra em dezembro, e ele não pode concorrer ao mesmo cargo. Além da ligação estreita com Lula, o prefeito foi ministro da Secretaria de Comunicação Social no segundo mandato de Dilma Rousseff. Ele ficou no posto até o impeachment, em 2016. Antes, havia sido tesoureiro da campanha à reeleição de Dilma em 2014.

Mandato prorrogado

O PT pretende retomar em 2025 o processo de escolha de seu presidente por eleição direta, em que todos os filiados têm direito a voto. Implantando em 2001 por José Dirceu, o modelo foi suspenso nas disputas internas de 2017 e 2019 como um aceno às correntes de esquerda, que se queixavam, entre outros pontos, da cooptação de eleitores por parte de caciques com transporte para locais de votação.

Gleisi foi eleita presidente do partido em 2017 e reeleita em 2019 em congressos partidários com voto de delegados. Ela deveria deixar o cargo no ano passado, mas, em uma articulação que teve a participação de Lula, que não queria arbitrar uma disputa interna no PT no primeiro ano de seu governo, houve a prorrogação do mandato até 2025.

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