O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta quarta-feira (7) o presidente americano Donald Trump, elogiou o ex-mandatário boliviano Evo Morales e defendeu o ditador venezuelano Nicolás Maduro.
Em entrevista versão brasileira do El País, em que usava um terno que ganhou de Evo, Lula disse que Trump é um “embuste” e uma “carta fora do baralho” da democracia americana. “Não é possível você imaginar que a maior economia do mundo é governada por mentiras”, afirmou.
Ele também criticou Trump ao receber perguntas sobre a Venezuela, dizendo que os EUA interferem no país latino-americano por terem interesse no petróleo. Quando questionado se acredita que a Venezuela vive uma democracia plena, respondeu. “Você acha que os EUA na mão do Trump são uma democracia plena?”
“Quem define a democracia na Venezuela é o povo da Venezuela”, continuou, dizendo que não cabe aos EUA nem a Bolsonaro “terem ingerência” no país.
Lula admitiu que há uma crise no país vizinho e disse que enviou uma carta a Maduro em sua última posse com sugestões de medidas que poderia tomar, mas defendeu o ditador, dizendo que a oposição venezuelana não aceita derrotas nas eleições.
Chamou o oposicionista Juan Guaidó de “canalha” e acrescentou que a União Europeia e os EUA deveriam monitorar o próximo pleito venezuelano. “Até o Trump poderia ir lá pra aprender que as eleições lá muitas vezes são mais honestas que a americana”, disse.
Sobre Evo Morales, Lula disse que o aconselhou a não disputar um terceiro mandato, mas afirmou que ele foi alvo da “maior sacanagem política que já foi feita na Bolívia”, referindo-se às denúncias de fraude última eleição.