O presidente do Tribunal de Contas da União, o baiano Bruno Dantas, demonstrou em entrevista ao Amarelas On Air, da revista Veja, uma grande preocupação com a atual situação fiscal do país. Segundo o ministro, se cortes de despesas mais estruturais não forem feitos, o país pode chegar em 2027 com apenas R$ 10 bilhões para passar o ano todo e pagar as despesas discricionárias.
“Ou seja, isso significa que o Brasil vai ter investimento zero, fora a depreciação. E país nenhum vive assim. Isso significa shutdown, significa paralisar a máquina pública porque não há dinheiro para bancar essas despesas. Então, essa discussão sobre corte de despesas ou limitação de despesas, ela não é um luxo, não é algo supérfluo, é algo de vida ou morte”, alerta.
Apesar disso, Dantas acredita que o presidente Lula está comprometido com as medidas para equilibrar as contas públicas. O governo federal está discutindo e deve anunciar em breve um pacote de corte de gastos para cumprir o arcabouço fiscal, – mecanismo criado para conter as despesas. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sinalizou a líderes do Congresso que a medida prevê uma economia entre R$ 25 bilhões e R$ 30 bilhões em 2025 e de R$ 40 bilhões em 2026.
O presidente do TCU destaca, no entanto, que a situação do país não é “desesperadora” e que está “fácil” corrigir as contas públicas, mas que é preciso vontade política. As medidas estruturais teriam que focar na readequação dos gastos com a previdência e isenções tributárias, que somam valores muito altos.