O Egito revelou neste sábado (27) conforme a AFP, duas oficinas dedicadas ao embalsamamento de humanos e animais em Saqqara, na necrópole da cidade de Memphis, capital do Antigo Império dos faraós, “as maiores e mais completas” descobertas até agora.
O sítio de Saqqara – localizado a 15 quilômetros ao sul do Cairo e das famosas pirâmides de Gizé – faz parte da lista do Patrimônio Mundial da Unesco e é conhecido pela pirâmide de degraus do faraó Djoser.
As duas oficinas, uma para o embalsamamento de humanos e outra para o tratamento de “animais sagrados”, datam da 30ª Dinastia e do Período Ptolemaico, ou seja, entre 2.400 e 2.000 anos atrás, explicou Mostafa Waziri, chefe do Conselho Supremo de Antiguidades.
Os arqueólogos egípcios descobriram em ambas as oficinas instrumentos para embalsamamento, recipientes de barro e objetos rituais. Os antigos egípcios embalsamavam principalmente gatos e crocodilos.
As autoridades anunciaram em março a descoberta de mais de 2.000 cabeças de carneiro embalsamadas, além de múmias de ovelhas, cães, cabras, vacas, gazelas e mangustos.
Duas tumbas também foram descobertas, uma de um escriba da 5ª Dinastia, 4.400 anos atrás, e a segunda de um sacerdote da 18ª Dinastia, 3.400 anos atrás.
Ambas contêm cenas da vida cotidiana e inscrições hieroglíficas, segundo o Ministério de Antiguidades.
O Egito anuncia regularmente descobertas arqueológicas, descritas por alguns especialistas como manobras publicitárias com implicações mais políticas e econômicas do que científicas.
Este país de 105 milhões de habitantes, imerso em uma grave crise econômica, conta com o setor do turismo (que gera dois milhões de empregos e representa mais de 10% do PIB) para arrumar suas finanças.
Seu governo espera 30 milhões de turistas por ano até 2028, ante 13 milhões antes da pandemia de covid-19.