segunda-feira 10 de fevereiro de 2025
Antônio Brito, Hugo Motta, Isnaldo Bulhões e Dr. Luizinho: amigos e conselheiros na Câmara - Fotos: Câmara dos Deputados/Divulgação
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domingo 9 de fevereiro de 2025 às 08:09h

Do centrão e sempre por perto: quem são os conselheiros de Hugo Motta

NOTÍCIAS, POLÍTICA


O novo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), se cercou de três líderes, amigos de longa data, para que eles atuem no papel de conselheiros.

O que aconteceu

Conselheiros segundo Carolina Nogueira, do Uol, são do centrão. Os líderes Isnaldo Bulhões (MDB-AL), Antônio Brito (PSD-BA) e Dr. Luizinho (PP-RJ) são os deputados mais próximos do novo presidente e formaram uma redoma para o paraibano.

Amigos próximos, eles mantêm um diálogo constante com Motta. Na semana de estreia à frente da presidência, um dos conselheiros sugeriu convocar a primeira reunião de líderes, que tradicionalmente acontecia às terças, na segunda-feira à tarde. A proposta surgiu como forma de virar a chave sobre o novo comando da Casa.

A sugestão foi acatada e deu o pontapé inicial na nova gestão. No encontro, também seguindo a recomendação de um dos conselheiros, Hugo Motta ouviu todas as lideranças, acolheu demandas e fez proposições, como exigir a presença dos parlamentares no plenário só às quartas-feiras, das 16h às 20h. Ele optou por liberar os colegas a votar por celular depois desse horário.

Motta adota perfil corporativista. O presidente sinalizou que os requerimentos de urgência serão utilizados com parcimônia. A ideia é que as comissões temáticas voltem a discutir os projetos de lei antes que cheguem ao plenário da Câmara. Outra mudança é que as reuniões de líderes serão realizadas às quintas para definir a pauta da semana seguinte, dando mais previsibilidade.

Porta-vozes do novo presidente. Dr. Luizinho foi o coordenador de campanha de Motta. Ele e Bulhões também estiveram ao lado do paraibano em agendas que antecederam a eleição, como jantares com as bancadas dos partidos, reuniões e viagens. Eles continuam acompanhando o presidente e assumiram informalmente o papel de interlocutores.

Competição por presidência durou pouco

Jantar na segunda-feira sem sair da dieta. A amizade entre Brito, Bulhões e Motta se fortaleceu durante a gestão de Arthur Lira (PP-AL). A relação rendia jantares em Brasília na casa dos líderes do MDB e do PSD ou em um restaurante japonês na Asa Sul, em Brasília. No cardápio, estavam conversas de âmbito pessoal e institucional, mas sem exageros de bebidas alcoólicas para não atrapalhar o regime logo no começo da semana.

Bulhões aproximou Motta e Brito. O deputado paraibano e o baiano chegaram à Câmara no mesmo ano, em 2010, mas se aproximaram anos depois através do emedebista, Isnaldo Bulhões, que foi eleito em 2018.

Encontro em amigos passou a fazer parte da agenda institucional. Posteriormente, PSD, MDB, Republicanos se uniram em um bloco parlamentar e os jantares passaram a ser uma discussão prévia das demandas parlamentares da semana. O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, participou do convescote algumas vezes.

Disputa pela eleição separou Brito e Motta por alguns meses. Os jantares de segunda foram suspensos temporariamente quando o deputado baiano e o paraibano estavam na corrida pela presidência da Câmara. O líder do Republicanos foi indicado para ser sucessor de Lira e acabou reunindo o apoio de 17 partidos, incluindo o PSD.

Passado o período eleitoral, eles se reaproximaram. Na avaliação de aliados de ambos, Brito tem um perfil mais discreto e conciliador no grupo de conselheiros. Não costuma aparecer nas fotos, mas tem uma relação muito próxima com o presidente e a família dele.

Bulhões é ‘irmão’ e camarada. A amizade com o deputado alagoano surgiu por intermédio de Renan Filho, ministro dos Transportes, padrinho de casamento de Motta. Aliados afirmaram ao UOL que Bulhões foi um dos grandes articuladores para viabilizar a candidatura do deputado paraibano. O parlamentar fez questão de estar ao lado de Hugo Motta quando sua candidatura foi anunciada por Lira, mesmo antes de o MDB declarar apoio.

Cotado para a Secretaria de Relações Institucionais do governo, Bulhões deve ficar na Câmara. Embora o PT concorde que é preciso ter alguém do centrão na SRI ou na liderança de governo da Câmara para melhorar o diálogo com o Congresso, aliados dos parlamentares avaliam que seria mais vantajoso Bulhões permanecer no Legislativo para manter o poder de negociação e continuar ao lado do presidente da Casa.

Luizinho, parceiro e amigo boêmio. Além de coordenador de campanha, o líder do PP atua quase como um relações-públicas de Motta. Aliados do deputado disseram ao UOL, que os dois conversam várias vezes por dia e o parlamentar sempre acompanha o republicano nos jantares e festas. Logo após o Réveillon de 2025, os dois amigos reservaram uns dias para descansar com as famílias em uma cidade litorânea no Rio de Janeiro.

Lira foi o padrinho da candidatura. O alagoano é a peça principal no xadrez que levou Hugo Motta à presidência da Câmara. A relação dos dois deputados é marcada por parcerias de longa data. Em 2021, o republicano foi o coordenador de campanha de Lira na Paraíba e articulou os votos da bancada paraibana. A proximidade dos parlamentares, no entanto, não deve influenciar na gestão, segundo aliados. O novo presidente quer construir a sua própria marca nos próximos dois anos.

Polarização em alta será desafio para Motta. O novo presidente vai precisar controlar a temperatura do plenário nos embates entre oposição e governo. A sessão de abertura dos trabalhos Legislativos foi marcada por uma “guerra de bonés” entre bolsonaristas e petistas. Em publicação no X, o deputado paraibano afirmou que “boné serve para proteger a cabeça do sol, não para resolver os problemas do país”.

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