O jornalista Breno Altman prevê uma guerra da direita brasileira contra o governo Lula (PT). Em entrevista à TV 247, ele reagiu ao posicionamento da mídia corporativa em relação à operação da Polícia Federal, deflagrada na semana passada, com o objetivo de prender integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) que supostamente planejavam matar autoridades e políticos, entre eles o ex-juiz parcial e senador Sérgio Moro (União Brasil-PR). Na avaliação do jornalista, “o que se tem até agora é uma atuação bastante duvidosa da juíza Gabriela Hardt, que incluiu Moro como uma das vítimas de uma investigação sobre ameaça do PCC, um complô do PCC para aniquilar autoridades em vingança pela ação dessas autoridades contra a própria facção”.
“A ação de Gabriela Hardt é duvidosa por uma série de razões, entre elas porque o Moro nunca fez nada de sério contra o PCC”, explicou.
A imprensa corporativa se presta ao papel de ampliar a voz de Sergio Moro neste caso, apontou Altman. Assim, ela municia a direita para uma guerra contra o governo Lula: “começa uma fake news da pesada, que são as [supostas] relações do PT com o PCC. Ou seja, cria-se uma narrativa de baixíssima sustentação, mas que busca desgastar o governo. O que a gente tem que entender é que as forças de direita, incluindo os setores da direitas liberais, que apoiaram o Lula contra Bolsonaro, já estão se preparando para uma guerra contra o governo”.
Segundo o jornalista, os sinais dessa guerra já estão em curso desde as últimas semanas. “Começou no terreno econômico e vai se espraiar sobre todas as frentes. Ou seja, a ideia de que o Lula possa ser aceito pelo que é a burguesia brasileira, seus agentes políticos, seus meios de comunicação, é uma ilusão”, finalizou.