Conforme publicou a coluna Satélite do jornal Correio, com diversos diálogos gravados pelo principal delator da Faroeste, o advogado Júlio César Cavalcanti, os áudios expõem a existência de conflitos entre dois novos alvos da operação, os irmãos Rui e Arthur Barata, filhos da desembargadora afastada Lígia Ramos Cunha e apontados como operadores de propina obtida através da venda de sentenças no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ).
Os áudios, entregues por Cavalcanti ao Ministério Público Federal (MPF) como parte do acordo de colaboração premiada, revelam segundo o jornal, que a briga teve origem nas insatisfações de Rui Barata com o comportamento descuidado de Arthur no esquema.
Em uma das conversas, o advogado Vasco Rusciolelli, filho da desembargadora Sandra Inês Moraes Rusciolelli e preso na quinta fase da Faroeste, comenta com o delator que os irmãos estavam se “matando”. “Eles não se matam não, mas o problema é que Ruizinho tá falando que vai acabar dando merda, né? Entendeu? E aí vai queimar ele, vai queimar todo mundo”, responde Cavalcanti.
Em outro diálogo, o delator diz a Vasco que Rui Barata o orientou a ter cuidado com Arthur, por falar mais do que devia e agir ostensivamente no papel de intermediário da venda de sentenças. “Até isso Ruizinho falou: você sabe que meu irmão, o cara é imaturo (…). O cuidado com Arthur agora tem que ser redobrado, como o irmão tá falando”, afirma. Vasco, então, sugere que eles se entendam para evitar riscos ao esquema. “O cara (Arthur) é problemático, velho. Imagine seu irmão ter inveja de você a vida toda”, emenda o delator, ao explicar a dificuldade para pacificar a relação entre os dois, ambos advogados.