DeSantis vai entrar na corrida presidencial americana de 2024, dizem republicanos

O governador da Flórida, Ron DeSantis, deve entrar na corrida presidencial do Partido Republicano de 2024 na próxima semana, disseram dois republicanos familiarizados com o assunto à CNN Internacional, iniciando sua tão esperada tentativa de lutar pelo futuro do partido do ex-presidente Donald Trump.

DeSantis apresentará a papelada declarando sua candidatura na próxima semana à Comissão Eleitoral Federal, disse um republicano, com um anúncio formal esperado para a semana seguinte em Dunedin, sua cidade natal na Flórida.

É provável que DeSantis inicie a campanha já na quarta-feira (24) para coincidir com o preenchimento da papelada, de acordo com um consultor republicano próximo à equipe política do governador.

No entanto, outra fonte alertou que o planejamento continua sendo um alvo em movimento, e DeSantis é conhecido por surpreender até mesmo seus aliados e conselheiros mais próximos com mudanças de última hora.

DeSantis, que frequentemente se vangloria de conduzir uma operação sem vazamentos, pode estar ainda mais motivado a descartar o roteiro para irritar os meios de comunicação que se anteciparam a seu anúncio, disse a fonte.

“Com ele, é sempre uma possibilidade”, acrescentou a fonte.

Mas a maquinaria para um lançamento já está em movimento, já que dezenas de seus principais arrecadadores de fundos e doadores foram convocados para o sul da Flórida sob a suposição de que serão solicitados a começar a construir um baú de guerra para a campanha presidencial de DeSantis.

Ao enviar oficialmente sua papelada, seus apoiadores podem começar a solicitar doações em seu nome.

Cerca de 100 quartos de hotel foram reservados no Four Seasons em Miami, que sediará recepções para doadores, briefings com a equipe política de DeSantis e sessões nas quais os participantes discarão por dólares, de acordo com duas fontes familiarizadas com os detalhes. O objetivo é que cada arrecadação de fundos traga entre US$ 100 mil (cerca de R$ 496 mil) e US$ 150 mil (cerca de R$ 745 mil).

Um porta-voz da operação política de DeSantis não respondeu a um pedido de comentário.

Um anúncio no fim de semana do Memorial Day está no lado anterior da linha do tempo que a operação política do governador tinha como alvo seis meses atrás, quando planejava um lançamento após a sessão legislativa da Flórida.

Isso sugere que DeSantis está respondendo a doadores e apoiadores ansiosos para vê-lo entrar na corrida e desafiar Trump mais diretamente. As pesquisas mostram que o ex-presidente permanece firmemente na liderança, enquanto DeSantis perdeu algum ímpeto durante o elaborado lançamento de sua esperada campanha, que incluiu o lançamento de um livro e uma turnê, uma dúzia de aparições em eventos locais de arrecadação de fundos do Partido Republicano, uma viagem internacional, a criação de um super comitê de ação política (PAC), um retiro de doadores perto do resort Mar-a-Lago de Trump e uma blitz na mídia conservadora.

Ao longo do caminho, DeSantis tropeçou às vezes, atraindo críticas ruins por suas opiniões oscilantes sobre a guerra Rússia-Ucrânia, prolongando seu conflito com a Disney em um segundo ano e sendo pego de surpresa quando Trump revelou endossos de republicanos da Flórida no Congresso pouco antes o governador visitou Washington para obter apoio.

No entanto, os aliados de DeSantis acreditam que a trajetória da corrida mudará significativamente quando ele for oficialmente candidato e responder aos ataques de Trump e compartilhar com mais vigor sua visão para o país.

De acordo com o The New York Times, DeSantis disse a doadores e apoiadores durante uma ligação na quinta-feira que havia apenas três candidatos confiáveis ​​na corrida – ele mesmo, o presidente Joe Biden e Trump – e que apenas ele e Biden tinham chance de vencer a eleição geral.

DeSantis disse na teleconferência, que foi organizada pelo “Never Back Down”, um super PAC estreitamente alinhado com o governador, que os dados dos estados indecisos “não eram bons para o ex-presidente e provavelmente intransponíveis porque as pessoas não vão mudar sua visão em relação a ele”, relatou o Times.

DeSantis passou as últimas semanas amarrando pontas soltas – assinando rapidamente dezenas de projetos de lei que chegaram à sua mesa, reunindo-se com doadores em Tallahassee e no sul da Flórida e reunindo endossos para impulsionar seu lançamento.

Ele passou o sábado em Iowa, onde apareceu para superar Trump, fazendo uma visita não anunciada a uma churrascaria em Des Moines – a minutos de onde o ex-presidente cancelou um comício devido à ameaça do clima. Enquanto estava no estado, DeSantis estabeleceu a estrutura para seu caso contra Trump.

“Se fizermos de 2024 um referendo sobre Joe Biden e seus fracassos e fornecermos uma alternativa positiva para o futuro deste país, os republicanos vencerão em todos os setores”, disse DeSantis aos eleitores do caucus de Iowa no Sioux Center.

“Se não fizermos isso, se nos distrairmos, se nos concentrarmos nas eleições do passado ou em outras questões secundárias, acho que os democratas vão nos derrotar novamente e acho que será muito difícil se recuperar dessa derrota.”

Na sexta-feira, DeSantis viajará para outro estado de nomeação antecipada, New Hampshire, para se reunir com legisladores estaduais – muitos dos quais o endossaram no início desta semana – para uma mesa redonda de políticas, de acordo com três fontes familiarizadas com o planejamento.

Never Back Down lançou nas últimas semanas dezenas de endossos importantes para o governador de Iowa e New Hampshire. Na quarta-feira, o super PAC também anunciou endossos de 99 legisladores da Flórida – uma demonstração de força dos republicanos de base que ajudaram a impulsionar a agenda de DeSantis na legislatura estadual nesta primavera.

“O governador Ron DeSantis e a legislatura da Flórida trabalharam juntos para alcançar resultados históricos e produzir vitórias conservadoras para o povo da Flórida – transformando o estado em um farol de liberdade e no estado de crescimento mais rápido do país”, disse a porta-voz do Never Back Down, Erin Perrine.

A campanha de Trump rejeitou os endossos da Flórida como politicamente motivados, observando que DeSantis ainda não havia assinado o orçamento do estado, para o qual ele tem poder de veto sobre os projetos de estimação dos legisladores estaduais.

“Existem alguns legisladores corajosos que enfrentaram o comportamento de DeSantis como no pântano e resistiram às suas táticas de intimidação para fazer o que é certo para a Flórida e o país”, disse o porta-voz de Trump, Steven Cheung. “Aqueles que ele não pode controlar – incluindo quase toda a delegação federal do Congresso da Flórida – endossaram o presidente Trump porque ele é o único candidato que pode derrotar Joe Biden e retomar a Casa Branca.”