O potencial dos combustíveis verdes e das tecnologias necessárias à transformação de insumos em produtos de valor agregado estiveram no centro do debate promovido no 2° Encontro de Meio Ambiente da Bahia, realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado da Bahia – FIEB, nesta última terça-feira (17).
O secretário Nacional de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria – Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços – MDIC, Rodrigo Rollemberg, pontuou que o Brasil tem enorme potencial para a produção de biometano e que poderá ser um dos maiores produtores mundiais de combustível sustentável de aviação, conhecido como SAF. “Projeções apontam que, já em 2027, o mundo não conseguirá produzir nem 10% do combustível que as empresas de aviação vão precisar. O Brasil precisa aproveitar as oportunidades de desenvolvimento que estão se apresentando. O país tem uma matriz energética limpa, relações amistosas com outros países, tem tudo para liderar economia verde”, afirmou.
No entanto, ressaltou o secretário, a emergência climática coloca a discussão sobre a descarbonização da economia nacional em outro patamar. “Precisamos recuperar áreas de pastagens degradadas. Estudos mostram que o país pode dobrar produção de biocombustíveis usando apenas 5% de áreas degradadas. A indústria é responsável apenas por 6% das emissões de carbono, mas também podemos reduzi-las nos seis segmentos que mais intensivos, entre as quais Papel e Celulose e Alumínio”, pontuou.
Já o presidente da FIEB, Carlos Henrique Passos, destacou que o tema tem relação direta com a indústria e que setor entende sua importância e responsabilidade. Ele ressaltou que decisões políticas e investimentos precisam existir para que o potencial do Hidrogênio Verde e das energias de fonte renovável sejam explorados em benefício do país. “Temos uma nova política industrial, vivemos um momento interessante da nossa economia. Não podemos ser uma base exportadora de hidrogênio, precisamos aproveitar esta oportunidade para descarbonizar nossa indústria e produzir tecnologia”, afirmou.
Para o gerente executivo de Gestão Integrada de Transição Energética da Petrobrás, William Nozak, o Brasil pode ambicionar tornar-se o primeiro país do G20 a promover uma transformação econômica pela descarbonização. Neste processo de reabilitação das políticas industriais e de infraestrutura o enfrentamento da crise ecológica tem ganhado destaque, no mundo inteiro”, disse.
Neste sentido, Nozak declarou que a Petrobras tem papel fundamental, já que a companhia responde por 3% das emissões de carbono brasileiras. “A indústria de petróleo pode ser parceira para financiar agenda da transição energética. Já temos como compromisso zerar as emissões de carbono até 2050 e, até 2030, nossa meta é chegar a níveis próximos do zero com relação ao metano”, garantiu.
O 2° Encontro de Meio Ambiente da Bahia teve transmissão pela internet e o conteúdo pode ser acessado no YouTube.
Realizado pela Executiva Projetos e Eventos, o II EMAB contou com o apoio institucional da FIEB, a Associação Baiana das Empresas de Base Florestal – ABAF, o IBRAM – Instituto Brasileiro da Mineração, o SINDIMIBA – Sindicato das Indústrias Extrativas de Minerais Metálicos, Metais Nobres e Preciosos, Pedras Preciosas e Semipreciosas e Magnesita no Estado da Bahia, a ABEEólica – Associação Brasileira de Energia Eólica, a ABSOLAR – Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltáica e da ABRID – Associação Brasileira de Influenciadores Digitais.
A Secretaria de Meio Ambiente do Governo do Estado – SEMAassina o apoio governamental, enquanto o patrocínio é da SUZANO e ACELEN, com o apoio da BRASKEM, VERACEL e BASF