Os deputados federais votam até a próxima semana, projeto sobre adoção do sistema de votação conhecido como distritão, método criticado por especialistas e partidos políticos por favorecer apenas nomes conhecidos na política. O sistema é apoiado pelos parlamentares do Centrão e tem o apoio do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Deputados contrários a mudança, da esquerda à direita, foram às redes para criticar o projeto e se posicionar contra a aprovação. Entre eles está Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro.
A poucas horas do início da sessão para discutir as propostas de mudanças eleitorais relatadas pela deputada Renata Abreu (Podemos-SP) a hashtag #DistritãoNão já é um dos assuntos mais comentados nas redes sociais. Eduardo Bolsonaro foi um dos que se posicionou contra a medida, que é apoiada pelo Centrão.
“Sou contra o distritão”, escreveu no Twitter.
— Eduardo Bolsonaroð§ð· (@BolsonaroSP) August 4, 2021
Deputados de direita como Paulo Ganime (Novo-RJ), Thiago Mitraud (Novo-MG) e André Janones (Avante-MG) também se posicionaram contra o distritão.
A Câmara quer votar hoje o Distritão. Esse é o pior sistema eleitoral do mundo, tão ruim que só é aplicado em quatro países (Afeganistão, Jordânia e duas ilhas). O sistema só dificulta a renovação polÃtica e elege os polÃticos de sempre. Diga #DistritãoNão
— Paulo Ganime (@pauloganime) August 4, 2021
A deputada federal Tábata Amaral (sem partido) diz que o distritão vai significar, na prática, “menos diversidade na política, partidos políticos mais fracos e campanhas mais caras!”
“O distritão que querem aprovar no Congresso vai significar, na prática, menos diversidade na política, partidos políticos mais fracos e campanhas mais caras! Não vamos permitir que a boiada passe contra a renovação”, escreveu.
O distritão que querem aprovar no Congresso vai significar, na prática, menos diversidade na polÃtica, partidos polÃticos mais fracos e campanhas mais caras! Não vamos permitir que a boiada passe contra a renovação â #DistritãoNão pic.twitter.com/ZIwtBG05Dv
— Tabata Amaral (@tabataamaralsp) August 4, 2021
Parlamentares de partidos de esquerda também se mobilizaram contra a aprovação do distritão. O deputado José Guimarães (PT-CE) diz que o modelo “trata-se de um golpe que arrebenta com o que há de mais moderno e democrático no sistema político do país”.
“O distritão tem interesses escusos, é a semente do semipresidencialismo. Trata-se de um golpe que arrebenta com o que há de mais moderno e democrático no sistema político do país, que é a vontade soberana do eleitor”, tuitou.
O distritão tem interesses escusos, é a semente do semipresidencialismo. Trata-se de um golpe que arrebenta com o que há de mais moderno e democrático no sistema polÃtico do paÃs, que é a vontade soberana do eleitor.
— José Guimarães (@guimaraes13PT) August 4, 2021
No sistema atual, o proporcional, para se eleger um deputado, um partido precisa de uma quantidade determinada de votos. Ou seja, todos os votos recebidos pelos candidatos dos partidos contam para a distribuição de cadeiras. No sistema eleitoral majoritário, conhecido como distritão, são eleitos os candidatos mais votados, sem levar em conta os votos dados aos partidos.