A Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira (13), um requerimento de convite do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, a comparecer à Comissão de Fiscalização e Controle para explicar a nota assinada por ele na semana passada em tom de ameaça à CPI da Covid, no Senado Federal. A nota foi emitida no último dia 7, após falas do presidente da Comissão, Omar Aziz (PSD-AM), sobre a existência de um “lado podre” das FFAA que contém militares envolvidos em corrupção.
Além de Braga Netto, conforme o jornal Correio Braziliense, assinam o documento o comandante do Exército, general Paulo Sérgio; da Marinha, Almir Santos, e da Força Aérea, Carlos Baptista Júnior. Eles disseram, na nota, que não aceitariam “qualquer ataque levado às instituições que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro”. Parlamentares encararam a nota como uma tentativa de intimidação e os senadores do G7, na CPI, justificaram que a Comissão não investiga instituições, e sim indivíduos.
O requerimento foi apresentado pelo deputado federal Elias Vaz (PSB-GO). “Não vamos aceitar intimidação ao trabalho parlamentar de fiscalização de agentes públicos. A lei é para todos, doa a quem quer. O papel das Forças Armadas e do Ministério da Defesa não é tentar esconder irregularidades e atacar quem investiga corrupção, mas sim identificar e responsabilizar quem comete crime”, disse o deputado.
O requerimento foi subscrito pelos deputados Kim Kataguiri (DEM-SP), Léo de Brito (PT-AC), José Nelto (Podemos-GO), Padre João (PT-MG) e Hildo Rocha (MDB-MA). O ministro Braga Netto deve comparecer à Câmara no dia 17 de agosto.