segunda-feira 13 de janeiro de 2025
Plenário da Câmara: Mudança ocorre pouco antes de nova eleição para presidente da Câmara, que tem como favorito o deputado Hugo Motta, que conta com o apoio de Arthur Lira Foto: Bruno Spada/Agência Câmara
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segunda-feira 13 de janeiro de 2025 às 12:38h

Deputados federais terão agora cota para despacharem bagagens e Wi-Fi em voos

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Deputados agora poderão usar a cota parlamentar para pagar o despacho de bagagens e serviços de acesso a internet durante o voo. O ato da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados que alterou a mudança foi publicado no final de dezembro, próximo ao fim da atividade parlamentar e publicado apenas na última sexta-feira (10). A informação foi divulgada pelo portal g1 e o Estadão.

Trata-se de mais uma ampliação do benefício nas vésperas da eleição de um novo presidente da Casa. Hugo Motta (Republicanos-PB) tem o apoio de Arthur Lira (PP-AL) e é o favorito para sucedê-lo.

Em 2023, quando Lira tentava a reeleição, Lira distribuiu um pacote de benesses para todos os 513 deputados que chegava ao valor de R$ 70 milhões. Os parlamentares tiveram aumento do salário, aumento do teto de gasto de combustível e outro aumento no auxílio moradia.

Até o momento, a Câmara gastou R$ 228,7 milhões com a cota parlamentar. Desse valor, R$ 35,3 milhões foram com passagens aéreas.

O Estadão mostrou que há casos que podem fugir da destinação original da verba. Há casos apontados em que o recurso foi usado para custear vinho, cerveja e uma viagem para Bonito (MS).

Em 2024, a Polícia Federal realizou duas operações de busca e apreensão em casos de investigação sob possível uso irregular da cota parlamentar. No primeiro caso, revelado em outubro, a PF foi até endereços ligados ao deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) por suposta associação criminosa voltada para desvio de cota parlamentar. Gayer diz que as buscas “visam prejudicá-lo”.

A última operação ocorreu em dezembro. A PF fez buscas em endereços ligados aos deputados Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e Carlos Jordy (PL-RJ) em uma investigação que apura suspeita de desvio de cota parlamentar.

Deputados podem ganhar o reembolso da Câmara via cota parlamentar se gastarem com:

  • passagens aéreas;
  • conta telefônica do telefone funcional do deputado, dos gabinetes, dos escritórios nos Estados e dos imóveis funcionais;
  • manutenção de escritórios de apoio à atividade parlamentar – caso de aluguel de imóveis, energia elétrica, água e esgoto, acesso à internet, etc.;
  • assinatura de publicações, como jornais;
  • alimentação exclusivamente do deputado;
  • hospedagem, exceto no Distrito Federal;
  • locação ou fretamento de aeronaves;
  • locação ou fretamento de veículos, com limite de R$ 12.713,00 mensais e permitida contratação de seguro;
  • locação ou fretamento de embarcações;
  • serviços de táxi, Uber, pedágio e estacionamento, com limite de R$ 2.700 mensais;
  • passagens terrestres, marítimas ou fluviais;
  • combustíveis e lubrificantes, com limite mensal de R$ 9.392;
  • serviços de segurança de empresas especializadas, com limite de R$ 8.700,00 mensais;
  • divulgação da atividade parlamentar, com a exceção dos 120 dias anteriores à data das eleições, se o deputado for candidato;
  • participação em cursos, congressos ou eventos, realizados por instituição especializada, com limite mensal de R$7.697,17 ;
  • complementação de auxílio-moradia, com limite mensal de R$ 4.148,80;
  • aquisição de tokens e certificados digitais.

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