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sábado 18 de setembro de 2021 às 13:16h

Deputados debatem na AL-BA sobre novo Terminal Rodoviário de Salvador

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“Junto com os movimentos sociais e entidades da sociedade civil, nosso objetivo maior é garantir que os impactos urbanísticos na zona de implantação do Novo Terminal Rodoviário de Salvador sejam benéficos para os bairros do seu entorno, majoritariamente ocupados pela classe trabalhadora. Acompanhamos o projeto com a perspectiva de agir para que os atuais moradores possam permanecer nos seus territórios e não sejam expulsos pela valorização imobiliária que o empreendimento vai trazer”. Com esta declaração, a deputada estadual Maria del Carmen (PT) iniciou, na noite da última quinta-feira (16), os trabalhos da audiência pública virtual da Comissão Especial de Desenvolvimento Urbano da Assembleia Legislativa que discutiu os diversos aspectos que envolvem uma obra de tamanha envergadura e que tem um investimento total de R$ 120 milhões, com prazo de entrega em dois anos.

Raimundo Dantas Júnior, representando a Secretaria Estadual de Infraestrutura (Seinfra), disse que o novo equipamento é importante para a capital baiana e especialmente para a região de Águas Claras, levando o vetor de crescimento para a direção da BR-324 e proximidades de Cajazeiras. O engenheiro explicou que o projeto prevê uma estrutura mais moderna e integrada ao sistema de transporte da capital. Com uma área total de 127 mil metros quadrados, o espaço da nova rodoviária terá 100 mil metros quadrados a mais do que a área atual do Iguatemi. Será uma construção moderna, ambientalmente sustentável, pois terá reuso de água e geração de energia solar, além de um pé direito bastante elevado, o que significa conforto acústico e térmico.

Dantas Júnior considera que o novo terminal, com quatro níveis de embarque, desembarque, mezanino e policlínicas, será o lugar de maior embarque e desembarque do Norte-Nordeste, com terminal de ônibus de grande porte para desembarcar todos os passageiros dos ônibus metropolitanos, dos ônibus que circulam no entorno da rodoviária, além dos intermunicipais e interestaduais. “Esses ônibus não vão entrar mais em Salvador, não passarão mais a contribuir para o engarrafamento na cidade”, pontuou o engenheiro, que também citou uma série de intervenções no sistema viário do local, com a construção de novos viadutos e um novo acesso para a Avenida 29 de Março.

A arquiteta urbanista Grace Ramos sinalizou a necessidade, por parte da administração municipal, de realizar uma análise do uso e ocupação do solo da região, em decorrência das inúmeras intervenções que ocorrerão no sistema de transporte urbano. Funcionária da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano (Sedur), ela entende como natural o surgimento de outros empreendimento na área, podendo acarretar consequências danosas ao meio ambiente. Para o vereador Augusto Vasconcelos (PC do B), é fundamental debater com a comunidade os impactos sociais e ambientais de todo este processo de implantação do empreendimento. Também ouvidor da Câmara Municipal do Salvador, o edil manifesta sua preocupação com relação à contaminação da Bacia do Cobre e também questiona como ficará o tráfego de veículos nestes bairros ao longo da execução da obra.

A voz do povo

Idelmário Proença, de Águas Claras, onde está nascendo o Novo Terminal Rodoviário, destacou que o papel das lideranças é estar alerta e sempre buscar o diálogo com o Governo do Estado e as concessionárias responsáveis pela projeto. Ele solicitou prioridade de 70% dos empregos para os jovens dos bairros e sugeriu uma série de melhorias, como a construção de um Shopping Popular, Ciclovia, Centro Cultural e até uma ligação entre a Avenida 29 de Março com a Estrada Coqueiro Grande. Carla Bittencourt, de Castelo Branco, espera que as autoridades já tenham estudos sobre um possível aumento da violência na área por conta da chegada do novo equipamento. Rose Andrade, de Cajazeiras VI, foi mais além, ao defender a instalação de um Complexo Policial, envolvendo diferentes tipos de guarnições policiais, como forma de prevenir e combater a violência que poderá acontecer a partir do desenvolvimento comercial e econômico nestas localidades.

Manuela Verzegnassi, da União de Moradia Popular, Jamerson Silva, de Cajazeiras X, Fábio Ferreira, de Pirajá, também se pronunciaram na sessão e, de um modo geral, pediram mais valorização da juventude, com formação profissional para aproveitamento no projeto, além de “um olhar mais humano para esta obra relevante, mas que não pode prejudicar as famílias baianas”. Kilson Cajaverde, da Boca da Mata, dirigente da Federação das Associações de Bairros de Salvador (Fabs), propôs a criação de uma comissão, com a participação de lideranças de terreiros, associações e entidades civis, para assegurar o acesso a todo o projeto e os impactos sociais e ambientais.

Finalizando a audiência pública, transmitida ao vivo pela TV ALBA e redes sociais do Parlamento, a presidente do Colegiado de Desenvolvimento Urbano, deputada Maria del Carmen, agradeceu a presença de todos e afirmou que vai continuar lutando para conseguir mais investimentos nas infraestruturas sociais de educação, saúde e lazer necessárias para ampliar a qualidade de vida da população que habita o entorno das Cajazeiras.

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