sábado 1 de junho de 2024
Proposta pretende colocar em funcionamento, no primeiro trimestre de 2025, primeira usina de etanol produzido exclusivamente a partir do milho Foto: Neusa Costa Menezes/Agência ALBA
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terça-feira 24 de outubro de 2023 às 18:03h

Deputados da Assembleia conhecem projeto de biorrefinaria de etanol de milho na Bahia

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A Comissão de Agricultura e Política Rural da Assembleia Legislativa recebeu, na manhã desta terça-feira (24), em conjunto com a Comissão de Infraestrutura, Desenvolvimento Econômico e Turismo, o empresário do agronegócio Harald Kudiess, que expôs aos parlamentares um ambicioso e grandioso projeto para a região Oeste da Bahia. Falando em nome da Associação dos Produtores Rurais da Chapada do Rio Pratudão (Aprub), Kudiess anunciou que a primeira fase do projeto prevê investimentos próprios da ordem de R$ 10,560 bilhões. Já estão sendo aplicados R$ 5,8 bilhões e em projeção mais R$ 960 milhões. Em maturação, outros R$ 3,8 bilhões.

A proposta inclui a entrada, em operação na Bahia, no primeiro trimestre de 2025, da primeira biorrefinaria de etanol produzido a partir do milho com moagem a seco do Brasil. O empreendimento está localizado na fazenda Novo México, no município de Jaborandi, no Oeste do Estado. A planta ‘greenfield’ está sendo construída pela empresa norte-americana ICM com a brasileira Impacto Energia, e terá capacidade de moer 1,7 mil toneladas de milho por dia; de produzir 260 milhões de litros de etanol anidro; recuperar 9.000 toneladas de óleo de milho por ano; e recombinar componentes de farelos em 185.000 toneladas de DDGS padrão – um material sólido, altamente proteico para o consumo do gado, resultante do processo de fabricação do etanol. A Impacto Bioenergia já possui uma usina de etanol em Alagoas, mas esta nova biorrefinaria será a primeira a processar exclusivamente milho, em vez de cana-de-açúcar.

Escoamento

Segundo Harald Kudiess, os produtores fizeram e estão fazendo sua parte, como sugeriu o governador Jerônimo Rodrigues em encontro com os empresários do agronegócio do Oeste, em junho deste ano. Falta o Governo fazer a parte dele para que esses investimentos de concretizem, senão “não saem”, cobrou o empresário, informando que precisam da pavimentação da BA-592, numa extensão de 82,5 quilômetros, para o escoamento da produção. O custo inicial previsto para o asfaltamento de 50 quilômetros da estrada é de R$ 86 milhões. Kudiess disse que o projeto já está pronto e em posse da Secretaria estadual de Infraestrutura (Seinfra) para licitação, que tem peregrinado pelas secretarias estaduais, sem sucesso, e espera, agora, por uma reunião final com o governador para ver se a pavimentação da estrada sai.

Aos deputados dos colegiados de Agricultura e Política Rural e de Infraestrutura, Desenvolvimento Econômico e Turismo, o empresário detalhou os investimentos que o agronegócio já colocou em andamento: R$ 600 milhões em redes de energia elétrica; R$ 5 bilhões na implantação de, no mínimo, 200 mil hectares de irrigação, e R$ 200 milhões na construção de diversos tipos de armazenagem, totalizando R$ 5,8 bilhões.

Os investimentos previstos para um futuro próximo inclui a biorrefinaria, com custo de R$ 540 milhões; uma termoelétrica, com investimento aproximado de R$ 240 milhões; e mais R$ 50 milhões para estrutura de apoio, com posto e distribuição de todo o etanol a ser produzido. Nesta etapa, seriam investidos R$ 960 milhões.

A área abrangida pelo projeto da Aprub, entidade que reúne 32 produtores que representam “a economia pujante da região Oeste”, é de 3,5 milhões de hectares, o que corresponde, segundo Harald Kudiess, a uma vez e meia o Estado de Alagoas. “Está tudo certo”, garantiu o empresário, que repetiu a necessidade de o Governo do Estado fazer sua parte e asfaltar a BA-592, considerada pelo agronegócio como a “estrada da produção”, “vital para a competitividade da produção local, sua verticalização e escoamento, fluxo de pessoas e serviços, melhoria significativa das condições socioeconômicas e viabilização de investimentos agroindustriais que já acontecendo”.

Aneel e Mapa

Durante a reunião, os deputados também relataram o sucesso dos encontros que mantiveram em Brasília, na semana passada, com a diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), para tratar da outorga d’água e da manutenção da dupla tarifa de energia para os produtores baianos, e no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), onde trataram do preço mínimo do sisal. Este tema voltará a ser debatido pelos parlamentares no próximo dia 7 de novembro, em audiência pública do colegiado.

Antes, no dia 31 de outubro, os deputados darão seguimento à análise da concessão da outorga d’água e da dupla tarifa em reunião híbrida (virtual e presencial), que contará com a participação de representantes da Aneel, do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) e da Neoenergia/Coelba.

A dupla tarifa é um benefício do Governo Federal destinado à produção rural, que diminui em até 90% o valor da conta de energia elétrica no horário entre 21h30 e 06h00 da manhã, mas tem prazo de validade até janeiro. A partir daí, além do corte do benefício, os produtores terão que pagar os descontos recebidos retroativos a dois anos. Para terem direito à dupla tarifa ou tarifa verde, os produtores precisam da outorga d’água concedida pelo Inema, mas, segundo os membros do colegiado, o órgão tem demorado até três anos para finalizar a concessão.

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