A Câmara dos Deputados aprovou nesta última quarta-feira (22), por votação simbólica, o texto-base do projeto sobre a reforma administrativa do Governo Bolsonaro. Os parlamentares confirmaram a transferência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para o Ministério da Economia.
A mudança representou uma derrota ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, que não terá mais o Conselho no rol direto de suas atribuições. O Coaf ganhou notoriedade por combater fraudes financeiras e lavagem de dinheiro.
O deputado Jorge Solla (PT-BA) acredita que a mudança foi uma vitória da democracia. “O Coaf foi quem detectou as transações suspeitas de Queiroz e acarretou na descoberta do laranjal do PSL e todo o esquema envolvendo as milícias, que agora fica público. É um órgão técnico que informa automaticamente transações suspeitas e continuará a cumprir seu papel de forma institucional. Entregá-lo a Sérgio Moro constituía no perigo do uso político deste órgão, como ele fez com a toga, condenando Lula ilegalmente. Agora, o risco era de blindar a família do presidente e usar da confidencialidade dos dados de forma política”, avaliou o petista.
Já o deputado Abílio Santana (PR-BA) não mostrou preocupação com o remanejamento do Coaf para a pasta da Economia. “Quem vai liderar o Coaf? Indicação do Moro. Ou seja, está tudo em casa”, analisou Abílio direto do Plenário da Câmara, em Brasília.
Segundo ele, a vitória do governo na MP 870, que manteve a estrutura administrativa com 22 ministérios ainda não reequilibra as forças na Casa. “Não diria que reequilibra, diria que está 1 a 0 para o governo. O jogo não terminou. Diria que estamos ainda no primeiro tempo”, pontuou conforme publicou o Bnews.