O deputado estadual Marcelinho Veiga (PSB) defendeu mais investimentos para a educação após o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) apontar para a reserva de R$5,8 bilhões a mais no Orçamento da União para despesas com militares do que com o setor de educação para 2021. A informação tomou os bastidores da política e da imprensa do país esta semana com a proposta de divisão dos recursos entre os ministérios, revelada pela pasta de Economia, comandada por Paulo Guedes. A medida deve ser enviada ao Congresso Nacional até o final de agosto.
“Se isso se consolidar, será a primeira vez que a educação terá menos investimentos nesta década. Bolsonaro foi eleito com os militares como base de apoio. Ele mesmo atuou como capitão, mas não se pode colocar a educação fora das prioridades. Ainda mais em um país como o Brasil, com déficit em todas as áreas do ensino público. Não que o Ministério da Defesa, que resguarda nossa soberania, não seja importante, mas a educação já sofreu cortes bruscos e é mais uma afronta para a sociedade retirar recursos do setor. O caminho para o Brasil é a educação, não tem outro meio de desenvolver o nosso povo”, salienta Marcelinho Veiga.
Para o parlamentar, as respostas de Bolsonaro de que o “cobertor está curto” e que “tem de tirar de outro lugar” o recurso para direcionar para o Ministério da Defesa são inconsistentes. “Temos acompanhado inúmeros debates sobre os vetos e sobre as medidas que o governo federal quer implementar durante a pandemia, e a maioria delas não está de acordo com a realidade. Os vetos presidenciais que foram derrubados pelo Senado e pela Câmara, por exemplo, ao uso de máscaras e de estratégias para ajudar povos indígenas e quilombolas, foram fundamentais, e marcaram mais derrotas que o Congresso impôs ao governo”, completa.