O deputado estadual do PT Jacó tem operado nos bastidores do Congresso do PSOL da Bahia para supostamente, assumir a direção da legenda de esquerda e impor a agenda petista ao partido. A movimentação do parlamentar foi articulada de forma planejada conforme informações nos bastidores, com a filiação prévia de pessoas que não militam no PSOL à sigla, e tem acontecido em parceria com um grupo psolista interno chamado PSOL Independente, liderado a um professor e sindicalista.
O grupo desse professor, que é um racha da atual direção partidária, comandada pelo historiador e presidente estadual da legenda na Bahia, Fábio Nogueira, tem atuado, em diversos municípios baianos, em sintonia com militantes ligados ao deputado Jacó, que tem colocado estrutura financeira para influenciar a disputa do PSOL.
Cidades como Iramaia, Conde, Oliveira dos Brejinhos e outras foram alvos da operação de guerra montada pelo deputado petista, que, no xadrez interno do PT, rompeu recentemente com o deputado federal do MST Valmir Assunção, de quem era aliado prioritário.
O líder sem-terra tem boas relações com Fábio Nogueira e com a tendência do PSOL Revolução Solidária, ligada a Guilherme Boulos.
Por isso, a avaliação de dirigentes do PSOL é de que esse trata-se de um movimento de suposta vingança de Jacó contra Assunção. No PT, também avalia-se que as movimentações possuem a mesma motivação. Ou seja, as disputas internas da sigla petista estariam se espelhando no PSOL.
Há também a intenção, por parte de Jacó, de “controlar” a legenda socialista, que costuma ter posições críticas às alianças do PT e do governo Rui Costa com setores conservadores da sociedade. Uma espécie de tutela do PSOL, que tem preocupado dirigentes da legenda. Eles dizem que o PSOL não nasceu para ser “bengala de apoio” de ninguém e criticam a ingerência do deputado do PT nas eleições internas do partido.