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quinta-feira 7 de março de 2024 às 16:10h

Deputado compara homossexualidade à morte e é acusado de proferir declarações discriminatórias

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A defensora dos direitos humanos e representante da comunidade trans no país classificou as declarações de Fernández como “vergonhosas”

O deputado paraguaio Jatar “Oso” Fernández está no centro de uma polêmica em seu país após proferir declarações discriminatórias contra a comunidade LGBTIQ+ durante uma sessão no Congresso do seu país. Ele afirmou que “o homossexualismo é a morte da própria pessoa” e narrou ter tido relações sexuais com um travesti.

“Em algum momento da minha vida, também tive uma relação sexual com um travesti e não tenho medo de dizer”, iniciou o parlamentar diante dos murmúrios de seus colegas; e prosseguiu: “Eu fiz isso, presidente (dirigindo-se ao titular da Câmara), eu fiz por decisão própria quando já era maior de idade e ninguém me obrigou”.

“Eu sei muito bem qual é a minha sexualidade. Estou bem casado com uma esposa linda. Agora, eles têm que ter cuidado com o que dizem: existem homens e existem mulheres”, acrescentou.

A defensora dos direitos humanos e representante da comunidade trans no país, Yren Rotela, classificou as declarações de Fernández como “vergonhosas”; e enfatizou: “A vida privada de ninguém interessa. Ele nos coloca, travestis, como objetos, quando somos pessoas com direitos”.

E continuou: “É extremamente grave, ele continua colocando, talvez em outro vocabulário, que nós somos o problema, não nos coloca como vítimas”.

Em declarações ao jornal local ABC, Rotela indicou que frequentemente ouvem esse tipo de comentário e muitas vezes se calam por medo. No entanto, alertou que quando tocam em temas relacionados à infância “é perigoso”.

“É vergonhoso, é um discurso de ódio. Isso me entristeceu muito. Não me faço de vítima, mas hoje sou uma pessoa empoderada e não vou deixar que pisem nos meus direitos”, concluiu.

Polêmicas declarações do ministro da Agricultura e Pecuária

Há alguns dias, o ministro da Agricultura e Pecuária do Paraguai, Carlos Giménez, se envolveu em uma polêmica após pedir a proibição da admissão de alunos homossexuais nas escolas agrícolas do país com regime de internato, declarações que, segundo a Presidência, não “representam a linha de ação do Governo”.

Giménez fez as declarações durante uma visita a uma escola agrícola na localidade de Santa Rosa del Aguaray (cerca de 250 quilômetros de Assunção), no departamento de San Pedro (norte).

O ministro da Agricultura disse que não quer “nenhum” com tendência homossexual na escola, o que foi respondido com aplausos pelos presentes.

“Quem é homem, é homem; quem é mulher, é mulher, mas quem está perdido, quem não sabe onde está, isso não é permitido em nenhuma escola agrícola”, acrescentou.

A Presidência esclareceu em sua conta na rede social X que as expressões do funcionário sobre admissão em escolas agrícolas “de maneira alguma representam a linha de ação do Governo do Paraguai, que é trabalhar pelo bem-estar de todos os paraguaios, respeitando os conceitos de igualdade e não discriminação expressos em nossa Constituição Nacional”.

Questionada sobre o assunto, a porta-voz do Governo, Paula Carro, declarou à rádio ABC Cardinal que, na Presidência do país, consideraram essas declarações “equivocadas”.

Carro ratificou que as expressões “não representam absolutamente as linhas de ação do Governo do Paraguai, cujo principal objetivo na promoção de políticas públicas” é a Constituição, que “estabelece a igualdade absoluta em direitos e dignidade entre todos os habitantes” do país.

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