A Agência Internacional de Energia (AIE) previu pela primeira vez que a demanda mundial por petróleo atingirá o pico nesta década, diante da popularidade crescente dos carros elétricos e da desaceleração na China.
O pico, que a agência também prevê para o carvão e para o gás natural, não significa que uma rápida queda no consumo de combustíveis fósseis seja iminente. O ápice da demanda provavelmente será seguido por uma estabilização oscilante que durará muitos anos, e as emissões permanecerão elevadas demais para limitar o aquecimento global a apeans 1,5ºC, afirmou a AIE.
O consumo mundial de petróleo chegará a 102 milhões de barris por dia até o final da década de 2020, caindo para 97 milhões até meados do século, de acordo com o cenário base do relatório anual de perspectivas da AIE divulgado nesta terça-feira.
“A transição para a energia limpa está acontecendo em todo o mundo e não tem volta”, disse o diretor-executivo da agência, Fatih Birol, em comunicado. “Alegações de que o petróleo e o gás representam escolhas seguras para o futuro energético e climático do mundo parecem menos convincentes do que nunca.”
A visão da AIE, que assessora as nações desenvolvidas em matéria de política energética, contrasta com as previsões da Organização dos Países Exportadores de Petróleo. A OPEP prevê que a demanda por petróleo continuará a crescer nas próximas décadas, atingindo 116 milhões de barris por dia em 2045.
A demanda por petróleo na indústria petroquímica, aviação e transporte marítimo continuará a aumentar até 2050, mas não será suficiente para compensar o consumo menor para transporte rodoviário diante de um “aumento surpreendente nas vendas de veículos elétricos”, afirmou a AIE.
A China, que durante anos impulsionou o crescimento do consumo global de petróleo, verá o seu consumo enfraquecer nos próximos anos, de acordo com o relatório.
“Estamos no caminho certo para ver o pico de todos os combustíveis fósseis antes de 2030”, afirmou a AIE.
É a primeira vez que todos os cenários elaborados pela agência sediada em Paris apontam para um declínio próximo do consumo de hidrocarbonetos.